Jurados são dispensados de processo contra Trump por medo de intimidação
Ao todo, painel deve ser composto por 12 jurados e seis suplentes. Com o afastamento de dois, sobram apenas cinco para iniciar o julgamento
Dois jurados do julgamento criminal contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o suposto esquema de subornos à ex-atriz pornô Stormy Daniels foram dispensados nesta quinta-feira, 18. A decisão foi emitida pelo juiz Juan Merchan, responsável pelo caso, e teve diferentes motivações: a primeira pediu para ser afastada por ter sido intimidada após o vazamento de que participaria do júri, enquanto o segundo enfrentou problemas com a lei (não se sabe quais), o que foi revelado pelos promotores a Merchan.
“Não acredito neste momento que possa ser justo e imparcial, e deixar que as influências externas não afetem a minha tomada de decisão no tribunal”, afirmou Merchan.
Ao todo, o painel deve ser composto por 12 jurados e seis suplentes — com o afastamento dos dois, sobram apenas cinco no tribunal. Cerca de metade dos 192 potenciais jurados selecionados foram afastados ou alegaram que não poderiam avaliar imparcialmente a culpa ou inocência do réu. A dificuldade para montar o júri acaba por trazer à luz as pressões por trás do julgamento contra o candidato do Partido Republicano para as eleições presidenciais deste ano, marcada para 5 de novembro.
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Enroscos com a Justiça
Acredita-se que o julgamento terá uma das maiores repercussões da história do país. Uma possível condenação, no entanto, não impede que Trump concorra à Casa Branca. Ele é acusado de esconder o pagamento de US$ 130 mil, que foi feito por Michael Cohen, seu ex-advogado, a Stormy Daniels. O montante teria como objetivo comprar o silêncio da atriz pornô a respeito de um caso extraconjugal, para não manchar a campanha presidencial do então candidato, em 2016.
Na época do suposto caso, em 2006, o republicano já era casado com Melania, sua terceira esposa e mãe de Barron, filho mais novo de Trump.
Acredita-se que o julgamento de Nova York será o único antes das eleições, marcadas para novembro. Trump se declarou inocente das 34 acusações de falsificação de registros comerciais no processo movido pelo promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg. Esse é apenas um dos enroscos judiciais enfrentados pelo republicano, que também é alvo de outros em três processos criminais em Washington, Geórgia e Flórida.