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Justiça de Israel rejeita candidatura de extrema-direita por racismo

Suprema Corte acatou denúncias de discriminação contra árabes e autorizou a participação do Partido Árabe na eleição de abril

Por Da Redação
Atualizado em 18 mar 2019, 15h58 - Publicado em 18 mar 2019, 15h14
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  • A Suprema Corte de Israel rejeitou no domingo 17 a candidatura de Michael Ben-Ari, membro da extrema-direita judaica, para as eleições nacionais do próximo dia 9 de abril. No comunicado à imprensa, a corte oficializou a chapa do questionado Partido Árabe, revertendo a decisão do corpo eleitoral no último dia 6 de março.

    A Procuradoria-geral israelense considerou verdadeiras as acusações de “racismo anti-árabe” que pesavam conta Ben-Ari. A decisão da corte não atinge outros membros do partido Poder Judeu (ou Otzma Yehudit, em hebraico), uma pequena facção dos grupos ultranacionalistas do país. 

    Em fevereiro, o Comitê Central Eleitoral, uma rede de monitoramento formada por delegados de todos os partidos do Parlamento, havia aprovado a candidatura de Ben-Ari e desqualificado a do Raam-Balad, a liga de partidos da minoria árabe, que representa 20% da população de Israel. O grupo é composto por islâmicos e nacionalistas árabes e se descreve como um movimento democrático.

    Em outras ocasiões, a justiça israelense indiciou dois filiados ao Balad por supostas conexões com militantes palestinos e acusou o ex-líder de um dos partidos coligados de suposta cooperação com o Hezbollah durante a guerra do Líbano em 2006.

    Aliados de Netanyahu

    O Poder Judeu chegou a negociar uma aliança com o Likud – partido do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu –, mas a iminente parceria gerou um raro movimento de censura de associações ligadas ao governo americano, como o Comitê de Assuntos Públicos Americo-israelenses (AIPAC), que tacharam o partido de “racista e repreensível.” 

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    Em uma pesquisa de intenção de voto divulgada pela rede estatal Kan no domingo 17, o Likud lidera a corrida eleitoral com uma margem apertada de vantagem. A aliança governista teria 31 dos 120 assentos do Parlamento, enquanto a coalizão Azul e Branco, de Benny Gantz, conquistaria outras 30.

    Ex-comandante das Forças Armadas, Gantz se uniu a Yair Lapid, ex-ministro da Economia, para tentar derrotar o chefe de governo. A chapa é considerada uma grande ferramenta contra a continuidade de Netanyahu, que lidera o país continuamente há uma década.

    Somando as pesquisas de intenções de voto da coalizão, os dois são capazes de superar o Likud. Mas precisam de mais alianças para garantir maioria no Parlamento e, assim, formar o próximo governo. Depois da divulgação da aliança, o porta-voz do Likud emitiu uma “nota de alerta” aos eleitores.

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    “A escolha é clara: um governo de esquerda da dupla Lapid-Gantz, com o apoio de países árabes, ou um governo de direita liderado por Netanyahu”, disse o comunicado, mencionando os países que se rivalizam com os israelenses.

    O Raam-Balad, que elegeu oito parlamentares no último pleito, declarou que a Suprema Corte confirmou seu “direito fundamental de representar nosso eleitorado, enquanto Netanyahu e Gantz competem para ver quem incita mais efetivamente o ódio contra o povo árabe.”

    Se reeleito em abril, Netanyahu se tornará o mais longevo premiê na história do país em julho. As recentes acusações por corrupção, anunciadas pelo procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, são o maior desafio a este objetivo. O primeiro-ministro nega qualquer crime e deve comparecer a uma audiência após o pleito.

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    As eleições gerais de Israel estavam previstas para novembro deste ano mas, em dezembro de 2018, a coalizão de governo se reuniu e decidiu antecipá-las. No seu quarto mandato, Netanyahu já governa o país com maioria de apenas um assento no Knesset, o Parlamento israelense, com 61 das 120 cadeiras, o que torna difícil aprovar leis e conduzir o país.

    (com Reuters)

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