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Kamala gasta 20 vezes mais que Trump com propaganda eleitoral nas redes

Candidata democrata usa e abusa dos US$ 361 milhões arrecadados para o seu comitê em dois meses, o triplo do rival no período

Por Da Redação 20 set 2024, 10h06

A aspirante democrata à Casa Branca e vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, gastou 20 vezes mais que o candidato republicano, Donald Trump, com propaganda eleitoral nas redes sociais na última semana, segundo dados da Meta, dona do Facebook e Instagram, revelados pelo jornal americano The New York Times. O objetivo: conquistar eleitores indecisos nos chamados swing states — Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Geórgia, Nevada, Arizona e Carolina do Norte —, onde as preferências se alternam e cujos delegados decidirão a eleição.

A campanha democrata direcionou US$ 12,2 milhões (cerca de R$ 66,3 milhões, na cotação atual), para as plataformas da meta, enquanto o comitê de Trump despejou US$ 611.228 (R$ 3,3 milhões) em anúncios nas redes, de acordo com registros da empresa. Isso foi possível porque, além de herdar todo o aparato de campanha do presidente americano, Joe Biden, após ele desistir de buscar a reeleição, também conseguiu energizar o eleitorado e arrecadar US$ 361 milhões (quase R$ 2 bilhões) nos últimos dois meses, o triplo do rival no período.

A diferença foi especialmente gritante nas telas de celulares e computadores dos estados-chave deste ciclo eleitoral. Na Pensilvânia, Harris gastou US$ 1,3 milhão nas plataformas da Meta, quase 60 vezes mais que os US$ 22.465 de Trump. No estado do Michigan, ela desembolsou US$ 1,5 milhão, enquanto ele gastou apenas US$ 34.790, ou 43 vezes menos.

Virada de jogo

Quatro anos atrás, quando era Trump quem estava no Salão Oval, gastou drasticamente mais que os democratas com propaganda online no início do ciclo eleitoral, na esperança de obter uma vantagem nas intenções de voto. Agora, ele é quem enfrenta um déficit de caixa. Por isso, aposta na lista de doadores construída ao longo de quase uma década, no poder da televisão e em sua “marca” única, o movimento MAGA (Make America Great Again).

Neste ano, a campanha republicana gastou muito mais no Google, especialmente em anúncios do YouTube que se assemelham muito à televisão tradicional. Mas mesmo no Google, uma análise do NYT revelou que, nos sete principais swing states, os comitês políticos de Harris dobraram os gastos de Trump (US$ 25,7 milhões contra US$ 12,8 milhões) desde que ela entrou na disputa, em julho.

Trump flerta com o digital de outras maneiras, fazendo uma visita em um bar de bitcoin em Nova York nesta semana; conversando com estrelas do YouTube, streamers e podcasters; entrando no TikTok; e até mesmo criando sua própria rede social, a Truth. Mas a reduzida presença digital paga pode dificultar o alcance de potenciais apoiadores. Em uma eleição acirrada, ser capaz de capturar e motivar eleitores menos engajados online pode fazer a diferença.

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