O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, fez uma visita a centros de treinamento militar na quinta-feira 7, onde exibiu poderosas armas de longo alcance, milhares de equipamentos que poderia usar para atacar a Coreia do Sul. Esse foi o segundo treino de guerra do exército norte-coreano na semana – na véspera, forças terrestres praticaram infiltração nos postos de guarda de fronteira entre os dois países.
Kim supervisionou ambos os exercícios e foi visto em fotos divulgadas pela KCNA, agência de notícias oficial do governo.
“Como o bombardeio (norte-coreano) poderia matar milhares de pessoas em apenas uma hora, sem aviso prévio, seria difícil para a República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) e os Estados Unidos, uma vez iniciado o bombardeio, detê-lo ou proteger a população da Coreia do Sul, antes que pudesse causar danos muito graves”, afirmou a KCNA.
De acordo com a agência de notícias norte-coreana, grande parte das armas do país se encontra em locais com defesas aéreas reforçadas.
“Estas medidas de proteção física tornam ataques aéreos contra a artilharia da República Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte) um desafio para as forças dos Estados Unidos e da Coreia do Sul”, concluiu a KCNA.
“Provocação”
A península coreana vive tensões elevadas. Os exercícios militares do exército norte-coreano ocorrem ao mesmo tempo que os Estados Unidos e a Coreia do Sul conduzem o seu treinamento anual chamado Freedom Shield (escudo da liberdade, em tradução livre). O exército sul-coreano afirmou que a edição deste ano se concentrará em conter as ameaças nucleares da Coreia do Norte.
O Ministério da Defesa da Coreia do Norte denunciou os exercícios conjuntos de onze dias entre Washington e Seul, na segunda-feira 4, como “provocativos” e “imprudentes”. Segundo a pasta, as forças norte-coreanas vão monitorar “atos aventureiros” e conduzir “atividades militares responsáveis” para que a situação de segurança fique “sob controle”, de acordo com a KCNA.
Retórica bélica
Kim tem progressivamente subido o tom contra a Coreia do Sul nos últimos meses, dizendo que Pyongyang não buscará mais a reconciliação e a reunificação com Seul. Ele também instruiu seu exército, a indústria de munições, os setores de armas nucleares e de defesa civil a se prepararem para uma guerra, em resposta a “movimentos de confronto” dos Estados Unidos.
Em janeiro, Kim chamou a Coreia do Sul de “principal e invariável inimigo” da Coreia do Norte e ordenou a demolição de um monumento da reunificação na capital norte-coreana.