Kim Jong-un promete fazer ‘tudo para ajudar’ a Rússia após reunião com Putin
O norte-coreano falou em um 'dever fraternal' para com Moscou após encontro privado de mais de duas horas durante visita dos dois líderes a Pequim

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prometeu ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que irá fazer “todo o possível para ajudar” Moscou. As informações foram divulgadas pela agência de notícias estatal russa Sputnik nesta quarta-feira, 3.
“Se houver algo que possamos fazer para ajudar a Rússia, certamente o faremos. Consideramos um dever fraternal”, afirmou Kim após uma reunião privada com o colega, que durou mais de duas horas. Os dois estão na China para visitas de Estado e participação no desfile militar do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, que o líder Xi Jinping usou para mandar um recado desafiador ao Ocidente.
1️⃣ PUTIN MEETS KIM JONG-UN IN BEIJING
Putin praises role of North Korean military in liberation of Kursk region, says NK soldiers fought heroically
If North Korea can help Russia in any way, it will definitely do so, it is FRATERNAL DUTY, Kim Jong-un says pic.twitter.com/WAfAmuPUgY
— Sputnik (@SputnikInt) September 3, 2025
Em resposta, Putin agradeceu a participação de soldados norte-coreanos na guerra da Ucrânia, e convidou Kim para visitar seu país no futuro. Acredita-se que mais de 11 mil militares do país na Ásia tenham sido enviados para defender a região russa de Kursk, que foi temporariamente invadida por forças ucranianas no final do ano passado. Em troca, Pyongyang recebeu equipamentos e mísseis antiaéreos para complementar suas defesas, bem como apoio econômico e tecnologia de satélites espiões.
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Ainda nesta quarta, os dois líderes apareceram ao lado de Xi durante a abertura da cerimônia militar. O trio foi fotografado caminhando lado a lado em um tapete vermelho que levava até a Praça da Paz Celestial, onde o desfile ocorreu, reunindo dezenas de aviões militares, tanques, armas e soldados diante de uma multidão de milhares de pessoas balançando bandeirinhas chinesas.

Rússia e Coreia do Norte estreitaram seus laços desde o início da guerra da Ucrânia, em 2022. Soldados norte-coreanas ainda estão em atividade no conflito, e Pyongyang enviou uma quantidade relevante de equipamento militar para Moscou. Em 2024, os países assinaram um acordo de proteção mútua, que obriga uma das partes a fornecer assistência militar à outra em caso de ataques.
Bombardeios à Ucrânia
Enquanto Putin realizava atividades diplomáticas no sudeste asiático, Moscou desencadeou um amplo ataque noturno contra território ucraniano, disparando 500 drones e duas dúzias de mísseis em direção ao centro e ao oeste do país. Pelo menos quatro ferroviários foram feridos pela ofensiva, que visava a infraestrutura civil.
“Isso, sem dúvida, exige uma resposta do mundo”, declarou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta quarta. “É somente devido à falta de pressão suficiente, principalmente contra a economia de guerra russa, que essa agressão acontece”, afirmou o mandatário, instando sanções mais duras ao país.