A região da Lapônia, no extremo norte da Finlândia, registrou na última segunda-feira, 5, 33,6ºC durante a onda de calor que atinge o país. Essa é a maior temperatura registrada na região em um século.
A medida foi registrada pelo Instituto Meteorológico Finlandês na estação de Utsjoki-Kevo, perto da fronteira com a Noruega.
Segundo o instituto, há apenas um registro de medição superior ao visto na última segunda-feira: em julho de 1914, moradores de Inari Thule enfrentaram um calor de 34,7ºC.
Conhecida como a terra do Papai Noel, a região da Lapônia é a maior em expansão territorial da Finlândia e é famosa por seus invernos extremamente frios, que atraem turistas e amantes da natureza durante todo o ano.
Em geral, a sua temperatura no mês de julho varia entre mínima de 8ºC e máxima de 16ºC.
Quando a imagem de São Nicolau se tornou conhecida na Finlândia durante os anos 1800, a imagem dele foi associada à uma tradição pagã pré-existente de um festival de inverno marcado por uma elaborada ceia. Na tradição, homens batiam de porta em porta pedindo presentes e recebendo restos de comida.
Embora a região tenha sido “revelada” como moradia do Papai Noel só em 1927, pelo radialista local Markus Rautio, a tradição natalina na Finlândia é bem mais antiga. Ao longo do tempo, foi-se criando as tradições natalinas que conhecemos.
Onda de calor
De acordo com meteorologistas locais, a onda de calor vista nas últimas semanas é resultado da alta pressão predominante, causando o ar quente na área. Além disso, o ar quente presente na Europa Central foi trazido para o norte através do Mar da Noruega.
Além da Finlândia, outros países do hemisfério Norte também registram altas temperaturas nas últimas semanas.
O município norueguês de Saltdal, na fronteira com a Suécia, registrou nesta semana 34ºC. Na Rússia, Moscou registrou sua temperatura mais alta já registrada em junho, de 34,8ºC.
No Alasca, o calor provocou um terremoto de magnitude 2,7 desencadeado pelo derretimento das geleiras, com temperaturas atingindo 33,3ºC, enquanto no Canadá, a onda de calor pode ter provocado a morte de 500 pessoas.
Segundo cientistas, as mudanças climáticas estão piorando a intensidade das ondas de calor que afetam a América do Norte. Para o climatologista Zeke Hausfather, o calor sem precedentes é certamente uma consequência do efeito estufa.