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Liberdade de líderes do PCC foi negociada por US$ 80 mil, diz ministra

De acordo com Cecilia Pérez Rivas, o plano de fuga de membros da facção criminosa já havia sido denunciado

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 jan 2020, 14h30 - Publicado em 19 jan 2020, 14h07

Em coletiva de imprensa, a ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez Rivas, afirmou neste domingo, 19, que havia um plano para liberar líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) da penitenciária de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, cidade que faz fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Setenta e cinco detentos, entre eles brasileiros ligados à facção criminosa, fugiram da prisão neste domingo.

A ministra classificou o episódio como “sem precedentes” e ponderou que já havia denunciado um esquema para a liberação de lideranças da facção brasileira. “Nós denunciamos o plano de fuga ao Ministério Público, à polícia e à opinião pública. Havia um oferecimento de 80 mil dólares para liberar os líderes do PCC”, disse Rivas.

O governo paraguaio apura como os detentos conseguiram fugir da cadeia nesta madrugada e já tem em mãos imagens do circuito interno da prisão. Após a fuga, foi encontrado um túnel que liga um dos pavilhões à área externa da penitenciária. Há, no entanto, a possibilidade de que os detentos tenham escapado pela porta da frente com a cumplicidade de funcionários da penitenciária. Diretores e agentes penitenciários responsáveis pelo presídio foram demitidos.

“Pela quantidade de areia, é impossível que esse trabalho de semanas não tenha sido advertido por essas pessoas [os agentes]. Se eles estão envolvidos, é claro que não podemos esperar que eles contem o que está acontecendo”, disse a ministra da Justiça. Ela afirmou ainda que colocou o seu cargo à disposição do presidente Mario Abdo Benítez. Segundo a imprensa paraguaia, o presidente não aceitou a renúncia da ministra.

O site paraguaio ABC Color publicou a lista completa dos fugitivos. Segundo o veículo, a maioria deles é formada por “perigosos integrantes” do PCC. Entre eles está Osvaldo Pagliato, que é considerado o chefe da facção e que, em julho do ano passado, liderou um motim que resultou no assassinato de dez detentos.

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