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Líder de Mianmar diz que está ao ‘lado dos que sofrem’

Aung San Suu Kyi tem sido muito criticada pela comunidade internacional por sua omissão diante do conflito envolvendo a minoria muçulmana

Por Da redação
19 set 2017, 11h40

A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, disse nesta terça-feira que seu governo não foge de suas responsabilidades e está ao lado daqueles que sofrem, em sua primeira declaração sobre a crise humanitária que afeta os muçulmanos rohingyas, deslocados pela violência.

“Estamos preocupados após escutar sobre o volume de muçulmanos que fugiram para Bangladesh“, disse Suu Kyi em um discurso em rede nacional de TV, no qual “condenou as violações dos direitos humanos e a violência ilegal”, que podem ter exacerbado a crise.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1991 tem sido muito criticada pela comunidade internacional por sua omissão diante do conflito envolvendo a minoria muçulmana. Contudo, se comprometeu em levar ajuda humanitária às áreas atingidas pelo conflito, além de permitir o retorno dos refugiados rohingyas ao seu país.

Ela também se comprometeu a resolver nos tribunais qualquer violação dos direitos humanos que possa ter ocorrido no Estado de Rakhine durante a ofensiva militar em resposta a um ataque de militantes rohingyas, no dia 25 de agosto.

O discurso da líder foi feito dias depois que o secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a crise da minoria muçulmana como um caso de limpeza étnica e pediu a suspensão das ações militares. No seu discurso, Aung San afirmou que as operações militares em Rakhine finalizaram no último dia 5. No entanto, o êxodo continuou após esta data, com a fuga de aproximadamente 400.000 rohingyas – metade mulheres e crianças – para a vizinha Bangladesh, onde sofrem com falta de alimentos, água e assistência sanitária.

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Muitos rohingyas denunciaram terem sofrido ataques e violações por parte das forças de segurança de Mianmar, acusados também de terem queimado suas casas. Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas da minoria viviam em Rakhine, vítimas de uma crescente discriminação desde o início da violência sectária de 2012, que causou pelo menos 160 mortes e deixou cerca de 120.000 refugiados confinados em 67 campos de deslocados.

Nesta terça-feira, a Unicef denunciou que dentre as 23.000 crianças rohingyas chegadas a Bangladesh que foram examinadas pela organização da ONU, 3.000 sofrem de desnutrição aguda. No total, nos últimos 25 dias, cerca de 250.000 menores de idade cruzaram a fronteira de Mianmar fugindo da violência.

(Com EFE)

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