Líder do Hamas atirou pedaço de pau contra drone de Israel antes de morrer; veja vídeo
Vice-chefe do Hamas e principal negociador do grupo militante palestino, Khalil Al-Hayya, confirmou a morte de Yahya Sinwar nesta sexta-feira, 18
Em seus últimos momentos com vida, o líder do grupo palestino radical Hamas, Yahya Sinwar, atirou um pedaço de pau em um drone israelense, segundo imagens divulgadas pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) nesta sexta-feira, 18. As imagens mostram Sinwar, com um dos braços amputados, em meio a um prédio em ruínas na Faixa de Gaza, após um bombardeio.
Ele, então, encara o drone por alguns segundos e joga um pedaço de madeira contra o dispositivo. Ao contrário dos ataques que assassinaram Hassan Nasrallah, líder da milícia libanesa Hezbollah, aliada do Hamas, no final de setembro, as operações israelenses que mataram Sinwar nesta quinta-feira, 17, não foram direcionadas. Ou seja, não tinham especificamente esse objetivo.
Nos escombros, depois das explosões, os militares identificaram o corpo do chefe do Hamas, que assumiu o posto em agosto, em razão da morte do seu antecessor, Ismail Haniyeh, na capital do Irã, Teerã, em um ataque atribuído a Israel. Ao contrário de Haniyeh, Sinwar nunca deixou a Faixa de Gaza e foi nomeado chefe político do grupo no enclave palestino em 2017, com raras aparições públicas.
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Resposta do Hamas
O vice-chefe do Hamas e principal negociador do grupo militante palestino, Khalil Al-Hayya, confirmou a morte de Sinwar nesta sexta-feira. Ele disse que o episódio será transformado em combustível para fortalecer os militantes e que reféns israelenses não serão libertados até que “a agressão” em Gaza cesse e as forças israelenses deixem a área.
“Estamos em luto pelo grande líder, o mártir Yahia Al Sinwar, que morreu como um herói, um mártir, segurando sua arma, lutando e confrontando o exército de ocupação até o fim de sua vida”, afirmou Al-Hayya.
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Quem foi Yahya Sinwar
Nascido em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, ele tornou-se membro do Hamas na década de 1980. Ao todo, passou 23 anos em prisões israelenses, tendo sido libertado em 2011 em acordo de troca de prisioneiros. O homem de 61 anos, considerado um dos principais arquitetos dos ataques de 7 de outubro do ano passado, foi responsável por fortalecer o braço armado do grupo, as Brigadas Al-Qassam.
Operando nas sombras de uma rede de túneis sob Gaza, duas fontes israelenses disseram à agência de notícias Reuters que Sinwar sobreviveu aos ataques aéreos israelenses no ano passado, que teriam matado seu vice, Mohammed Deif, e outros líderes importantes.
Desde as tentativas de assassinato, após os ataques de 7 de outubro, o líder trocava de esconderijos constantemente e usava pessoas de confiança para mandar mensagens, sem aderir a comunicações digitais, de acordo com oficiais do Hamas ouvidos pela Reuters. Ele não era visto em público desde o dia dos ataques em solo israelense.