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Líder opositor do Zimbábue é detido após as eleições

Autoridades locais são acusadas de perseguir, prender e agredir ativistas e membros da oposição de forma arbitrária

Por Da Redação
Atualizado em 8 ago 2018, 18h04 - Publicado em 8 ago 2018, 09h49

As forças de segurança do Zimbábue prenderam o ex-ministro de Finanças Tendai Biti, um dos principais líderes da oposição no país, segundo informaram membros de seu partido nesta quarta-feira 8.

As autoridades locais são acusadas de perseguição por ativistas e membros da oposição por conduzirem severas investigações sobre as manifestações violentas ocorridas após as recentes eleições.

Biti, membro da coalizão Movimento pela Mudança Democrática (MDC), foi detido na fronteira com a Zâmbia e era procurado por suspeita de incitação à violência durante os protestos.

“Tenho informação fidedigna de que foi detido em Chirundu (posto fronteiriço entre a zona norte do Zimbábue e o sul da Zâmbia)”, afirmou Nkululeko Sibanda, porta-voz da formação. “Disse aos nossos seguidores que isto não vai fazê-lo desistir de continuar com a luta”, acrescentou.

Há rumores de que Biti esperava pedir asilo na Zâmbia depois que ele e outros líderes do MDC denunciaram assédio e intimidação por parte das forças de segurança.

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Segundo o jornal britânico The Guardian, além de Biti, outros líderes e ativistas do MDC estão sendo perseguidos arbitrariamente pelas forças do governo. Dezenas de pessoas foram presas e agredidas nos últimos dias.

Na terça-feira 7, a polícia confirmou que buscava Biti e outros oito referentes opositores. Eles são acusados de discursar aos militantes da coalizão e incentivar protestos violentos.

Confrontos

Os resultados das eleições presidenciais foram revelados na quinta-feira 2 e outorgaram a vitória no primeiro turno ao presidente e candidato governista Emmerson Mnangagwa, que obteve 50,8% dos votos. Sua vitória se deve, sobretudo, ao apoio majoritário nas zonas rurais.

O MDC, no entanto, acusa as autoridades eleitorais de divulgar resultados ilegítimos e fraudulentos. O líder da legenda, Nelson Chamisa, deve contestar as eleições diante da Justiça. Se não fizer, está previsto que Mnangagwa tomará posse no próximo domingo.

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Mesmo antes das eleições, Chamisa já se autoproclamava vencedor e acusava a Comissão Eleitoral do Zimbábue (ZEC) de manipular os resultados. As denúncias incentivaram uma série de protestos na capital Harare, que acabaram em violência.

Os episódios mais graves ocorreram na quarta-feira passada (1º), quando centenas manifestantes e soldados do Exército se enfrentaram nas ruas. A atuação dos militares, que utilizaram munição real para dispersar as pessoas, deixou pelo menos sete mortos.

(Com EFE)

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