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Líder xiita renuncia no Iraque e apoiadores invadem palácio em protesto

Moqtada Al-Sadr anunciou no Twitter sobre sua partida e criticou líderes políticos xiitas por não atenderem seus pedidos de reforma

Por Da Redação
29 ago 2022, 16h25
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  • O líder populista muçulmano do Iraque, Moqtada Al-Sadr anunciou nesta segunda-feira, 29, que fechou os escritórios de seu partido e anunciou sua aposentadoria, em resposta às medidas recentes que levaram o país a seu período mais longo sem governo. 

    “Anuncio minha retirada final”, afirmou no Twitter, e criticou outros líderes políticos xiitas por não atenderem a seus pedidos de reforma.

    Seus apoiadores agiram de maneira imediata e invadiram o Palácio da República, em Bagdá. Eles usaram cordas para derrubar as barreiras de cimento que levam aos portões do palácio, e, assim, conseguiram ocupar os luxuosos espaços, inclusive a piscina. A região de ministérios e missões estrangeiras, a Zona Verde,  já estava sendo ocupada há semanas por grupos de manifestantes pró-Sadr, mas a mensagem do líder levou o protesto ao auge. 

    Fora do palácio também houve confrontos entre jovens leais a Sadr e grupos apoiados pelo Teerã. Agências de notícias internacionais afirmam que pessoas jogavam pedras umas nas outras e que foram ouvidos tiros no local. Segundo policiais e médicos, duas pessoas foram mortas e ao menos 19 feridas. 

    Em resposta à invasão do prédio, o exército do Iraque decretou um toque de recolher em todo o país e pediu que os apoiadores se retirassem da Zona Verde. O primeiro-ministro interino, aliado de Sadr, Mustafa al-Kadhim, suspendeu as reuniões de seu gabinete. 

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    Sadr tem uma forte influência nas massas iraquianas, sendo um poderoso líder religioso com milhões de seguidores. Além disso, tem uma milícia e um império financeiro. Mesmo com toda popularidade, seu partido não conseguiu assegurar apoio parlamentar: obteve a maior quantidade de votos da população em outubro, mas não do Congresso. 

    O líder xiita é conhecido por ser um oponente ferrenho tanto do Irã quanto dos Estados Unidos e exerce enorme influência entre centenas de milhares de seguidores que se mostraram prontos para atender seus apelos para ir às ruas. Ele era pouco conhecido fora do Iraque antes da invasão liderada pelo exército norte-americano em 2003, mas  logo se tornou um símbolo de resistência à ocupação. 

    Muito de sua autoridade vem de um poder geracional: ele filho do reverenciado Grande Aiatolá Mohammed Sadeq al-Sadr, que foi assassinado em 1999 depois de criticar abertamente o então ditador Saddam Hussein. O primo de seu pai, Mohammed Baqir, também foi morto por Saddam, em 1980.

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