Por meio de um conjunto de “medidas de construção de confiança”, líderes africanos estariam dando os primeiros passos em direção à mediação do conflito entre Rússia e Ucrânia, que teve início em fevereiro do ano passado. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 15, pela agência de notícias Reuters.
Liderada pelo presidente de Senegal, Macky Sall, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, uma delegação de autoridades africanas visitará Kiev, capital ucraniana, na sexta-feira, partindo rumo a São Petersburgo no dia seguinte. A expectativa é alta para que encontros com presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sejam realizados.
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A viagem acontece em meio ao início da primeira fase da contraofensiva ucraniana, que enfrentou atrasos pela demora no envio de armamentos ocidentais e na finalização dos treinamentos ofertados por nações aliadas às tropas de Kiev. Durante uma conferência na última sexta-feira, Putin comunicou que o ataques aos russos haviam começado, apesar de negar o avanço dos forças de Zelensky.
“Os soldados ucranianos não alcançaram seus objetivos em nenhum setor – graças à coragem dos soldados russos, à organização adequada das tropas”, alegou na ocasião.
Segundo um documento visto pela Reuters, os líderes africanos buscam “promover a importância da paz e encorajar as partes a concordarem com um processo de negociações conduzido pela diplomacia”, a partir de uma série de medidas que poderiam ser colocadas em prática pelos representantes de cada país.
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Entre as principais propostas estariam retirada das tropas russas do território ucraniano e das armas nucleares táticas de Belarus, o abrandamento das sanções e a suspensão do mandado de prisão movido contra Putin pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
“As medidas acima mencionadas devem visar facilitar a criação de um ambiente propício para um cessar-fogo, e que permitirá às partes construir confiança e considerar a formulação de suas estratégias de restauração da paz”, defende o texto.
As autoridades do continente africano não são as únicas, no entanto, que procuram mediar o conflito. Em maio, China enviou um representante do governo para Kiev e Moscou, bem como para cidades europeias, para tratar de um “acordo político”, enquanto o Brasil tenta se colocar também como uma peça importante para uma possível mediação, tendo já enviado o assessor especial Celso Amorim a Moscou.