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Líderes cristãos acusam colonos israelenses de ataques contra locais sagrados na Cisjordânia

Patriarca ortodoxo grego de Jerusalém, Teófilo III, citou incêndio perto de importante igreja do século V

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 jul 2025, 16h36

Líderes cristãos acusaram colonos israelenses de ataques contra locais sagrados na Cisjordânia ocupada por Israel. Em visita à cidade cristã de Taybeh, nesta segunda-feira, 14, o patriarca ortodoxo grego de Jerusalém, Teófilo III, disse que colonos atacaram casas e iniciaram um incêndio perto de um cemitério e de uma importante igreja do século V, na semana passada.

“Essas ações são uma ameaça direta e intencional à nossa comunidade local… mas também ao patrimônio histórico e religioso”, disse o patriarca a diplomatas e jornalistas em uma coletiva de imprensa em Taybeh, segundo a agência de notícias Reuters. “Pedimos uma investigação imediata e transparente sobre os motivos pelos quais a polícia de Israel não respondeu aos chamados de emergência e por que essas ações abomináveis continuam impunes”.

Endossando os apelos, o cardeal Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Católico Romano de Jerusalém desde 2020, disse que o medo de violência vem fazendo com que muitos cristãos deixem a Cisjordânia.  Desde o início da guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, desencadeada em outubro de 2023, o número de ataques aumentou para uma média de mais de cem por mês em 2025 na Cisjordânia, segundo levantamento da ONG Open Doors.

“Infelizmente, a tentação de emigrar existe por causa da situação”, disse Pizzaballa. “Desta vez, é muito difícil prever como e quando isso vai acabar, e especialmente para os jovens falarem sobre esperança e confiança no futuro.”

Cerca de 50.000 cristãos palestinos vivem em Jerusalém e na Cisjordânia, uma área que inclui muitos dos locais mais sagrados da fé, incluindo Belém, onde Jesus teria nascido.

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Israel já construiu mais de 100 assentamentos ilegais em toda a Cisjordânia ocupada, alguns dos quais se assemelham a subúrbios totalmente desenvolvidos ou a pequenas cidades. Eles abrigam cerca de 700 mil colonos judeus que têm cidadania israelense.

A ocupação do território começou em 1967, no contexto da Guerra dos Seis Dias, e é proibida pela legislação internacional, algo que Israel contesta.

No ano passado, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal tribunal das Nações Unidas em Haia, decidiu após um longo processo, que a presença de Israel em territórios palestinos como a Cisjordânia e Jerusalém Oriental é “ilegal” e apelou pelo fim da ocupação. De acordo com os 15 juízes de nacionalidades diversas, práticas como a construção e expansão de assentamentos judeus, a anexação de terras e a imposição do controle por partes de civis e militares israelenses são discriminatórias contra os palestinos.

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Atos como esses tornam “ilegal a presença de Israel no território palestino ocupado”, disse o parecer da corte, acrescentando que todos os momentos de permanência de colonos judeus nos territórios palestinos violam a lei e que a ocupação deve ser encerrada o mais “rapidamente possível”.

Mais especificamente, a CIJ considerou que a criação de assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém viola o artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra, que diz respeito a regras contra transferências forçadas e deportação de uma população que vive em território controlado por uma Força Ocupante.

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