Foi grande a repercussão de líderes mundiais em torno do atentado sofrido por Donald Trump neste sábado, 13, durante um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia. Presidentes e primeiros ministros condenaram a violência política e desejaram uma rápida recuperação ao ex-presidente dos Estados Unidos, que levou um tiro de raspão na orelha direita, disparado por Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, morto no local.
Entre as mensagens, estão as de líderes que nem sempre concordaram com Trump e outros que são vistos como seus aliados próximos. Joe Biden, o presidente dos EUA e oponente de Trump na eleição de novembro, por exemplo, disse que todos devem condenar a violência política e que estava “grato” por saber que Trump estava seguro. “Não há lugar para esse tipo de violência na América”, disse ele. “Devemos nos unir como uma nação para condená-la. É doentio, é doentio.” Biden, inclusive, falou com Trump após o ataque.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chamou o tiroteio de “inaceitável” e pediu que outros o condenassem. “O ataque contra o ex-presidente Donald Trump deve ser veementemente repudiado por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. O que vimos hoje é inaceitável.”
Ato de violência política
Um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o tiroteio e chamou-o de “ato de violência política”. O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz também descreveu o episódio como “abominável”, acrescentando: “Tais atos de violência ameaçam a democracia”, enquanto Emmanuel Macron, da França, chamou-o de uma “tragédia para nossas democracias”, dizendo que “A França compartilha o choque e a indignação do povo americano”.
O chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, foi outro que se manifestou após o ataque. “Mais uma vez, estamos testemunhando atos inaceitáveis de violência contra representantes políticos”, disse o principal diplomata do bloco. Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que estava “horrorizado com as cenas chocantes” no comício. “A violência política em qualquer forma não tem lugar em nossas sociedades e meus pensamentos estão com todas as vítimas deste ataque”, disse ele.
Chocados
“Chocado” foi a palavra usada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu e pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. “A violência nunca deve prevalecer. Desejo que a América saia mais forte disto”, escreveu o líder ucraniano. Enquanto isso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não acreditava que a administração dos EUA fosse responsável pela tentativa de assassinato, mas a acusou de criar uma “atmosfera em torno do candidato Trump que provocou o que a América está enfrentando hoje”. Ele disse que Vladimir Putin não tinha planos de ligar para Trump.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida também se manifestou: “Devemos permanecer firmes contra qualquer forma de violência que desafie a democracia”; assim como o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese que afirmou o tiroteio ser “preocupante e confrontador”; enquanto Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, disse que ficou “enojado”. “Não pode ser exagerado – a violência política nunca é aceitável”, escreveu ele, nas redes sociais.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que se encontrou com Trump em sua residência na Flórida dois dias antes do comício enquanto visitava os EUA para uma cúpula da OTAN, disse que suas orações estavam com o ex-presidente “nessas horas sombrias”. Já o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, chamou Trump de “amigo” e desejou-lhe uma rápida recuperação: “Condene fortemente o incidente. A violência não tem lugar na política e nas democracias.”
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que estava “acompanhando com apreensão” as atualizações da Pensilvânia e expressou “sua esperança de que nos meses seguintes da campanha eleitoral, o diálogo e a responsabilidade possam prevalecer sobre o ódio e a violência”.
Violência irracional
O presidente Andrés Manuel López Obrador, do México, descrito por Trump como um líder “que eu gosto e respeito”, descreveu o ataque como “irracional e desumano”. O presidente do Equador, Daniel Noboa, disse que o atentado foi “um exemplo crítico do que estamos expostos todos os dias”, em referência ao assassinato no ano passado do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio, que foi baleado por homens armados em motocicletas.
E o presidente da Argentina, Javier Milei, que frequentemente descreve Trump como seu ídolo de liderança, compartilhou uma enxurrada de postagens de apoio nas redes sociais, escrevendo que desejava a Trump “todo o meu apoio e solidariedade” e descrevendo-o como vítima de uma “tentativa covarde de assassinato”.