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Limpeza de bombas da superfície de Gaza pode levar até 30 anos, diz grupo humanitário

Especialista em Descarte de Explosivos, Nick Orr, definiu enclave como um 'campo minado horrível e não mapeado' após dois anos de guerra entre Israel e Hamas

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 out 2025, 14h17 - Publicado em 23 out 2025, 14h17

A limpeza da superfície de Gaza de munições não detonadas pode levar de 20 a 30 anos, informou o grupo humanitário Humanity & Inclusion nesta quinta-feira, 23. Em entrevista à agência de notícias Reuters, o especialista em Descarte de Explosivos da organização, Nick Orr, definiu o enclave como um “campo minado horrível e não mapeado” após dois anos de guerra entre Israel e Hamas. Ao menos 53 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas por resíduos de explosivos, segundo um banco de dados das Nações Unidas.

“Se você estiver considerando uma limpeza completa, isso nunca acontecerá, é subterrâneo. Nós o encontraremos por gerações futuras”, disse Orr, que comparou a situação com cidades no Reino Unido após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“A limpeza da superfície é algo que pode ser alcançado em uma geração, acho que de 20 a 30 anos”, continuou ele. “Será uma pequena solução para um problema muito grande.”

Ele faz parte da equipe de sete pessoas da Humanity & Inclusion que passará a investigar e identificar vestígios de guerra em infraestruturas essenciais, como hospitais e padarias, na próxima semana. Mas, até o momento, o grupo e outras organizações humanitárias não receberam permissão de Israel — que supervisiona e aprova todos os itens que entram em Gaza — para começar a atuar na remoção e destruição dos explosivos. Eles também ainda não conseguiram o aval para enviar o equipamento necessário ao território.

Orr afirmou à Reuters que busca o sinal verde do governo israelense para importar suprimentos para queimar bombas em vez de detoná-las, de forma a evitar que as munições sejam reaproveitadas pelo Hamas. O especialista também apoiou a criação de uma força temporária, como prevê o plano de 20 pontos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para governar Gaza.

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“Se quisermos ter algum tipo de futuro dentro de Gaza, é preciso que haja uma força de segurança que permita que os agentes humanitários trabalhem”, argumentou ele.

+ Hamas devolveu quinze dos 28 corpos de reféns que estavam em Gaza

Guerra em números

O Centro de Satélites da ONU estima que pelo menos 102.067 prédios foram destruídos em Gaza. O rastro de escombros é 12 vezes maior do que a Grande Pirâmide de Gizé, no Egito. De cada 10 edifícios que antes existiam no enclave, oito foram danificados ou arrasados. Encurralada, restou à população de Gaza tentar fugir dos bombardeios. Mais de 1,9 milhão de pessoas, ou 90% do enclave, foram deslocadas, de acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA).

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Mais de 67 mil palestinos morreram — entre eles, 453 por fome, incluindo 150 crianças — e 169.600 ficaram feridos, mostram dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Isso significa que pelo menos 10% da população de Gaza, estimada em 2,2 milhões antes do confronto, foi morta ou ferida em 24 meses de guerra.

Acredita-se que 40 mil crianças tenham perdido um ou ambos os pais, segundo o Escritório Central de Estatísticas da Palestina, que definiu a situação como “a maior crise de órfãos da história moderna”. Além disso, dados de março do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontaram que entre 3.000 e 4.000 crianças em Gaza tiveram um ou mais membros amputados. O enclave palestino tornou-se o lugar do mundo com mais menores de idade mutilados.

Em meio à escalada da violência, 22 dos 36 hospitais de Gaza fecharam as portas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se de um somatório de problemas: ataques israelenses aos prontos-socorros sob acusações de que o Hamas usava os prédios como esconderijos, uma alegação rejeitada pelos militantes; sobrecarga da equipe médica e colapso do sistema de saúde do território, reflexo do elevado número de feridos; e falta de equipamentos, medicamentos e combustível, consequência do bloqueio parcial de Israel à entrada de ajuda humanitária. Os 14 hospitais restantes funcionam de forma limitada.

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