O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta segunda-feira,13, que seu governo apresentará um plano às Nações Unidas (ONU) para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia. O anúncio ocorreu momentos depois do líder mexicano criticar o órgão mundial e pedir que ele seja reformado.
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De acordo informações da agência de notícias Reuters, López Obrador, prevê a criação de um “comitê de mediação” do conflito que inclui o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, o secretário-geral da ONU Antonio Guterres e o papa Francisco.
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Sob o plano do líder mexicano, os mediadores iniciariam imediatamente conversas com o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para alcançar “uma trégua de pelo menos cinco anos”.
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Apesar de não ter dado muitos detalhes sobre a proposta de cessar-fogo, o governante garantiu em coletiva de imprensa na semana passada que o projeto será apresentado pelo ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, durante a Assembleia Geral anual da ONU, que ocorrerá na próxima semana em Nova York.
“Vou falar sobre a paz mundial e vou falar sobre a posição do México sobre a guerra na Rússia e na Ucrânia, e vou apresentar uma proposta às Nações Unidas para alcançar a paz”, disse López Obrador.
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O anúncio do chefe de Estado mexicano seguiu críticas feitas sobre a forma como as Nações Unidas estariam conduzindo as negociações de paz entre Moscou e Kiev. López Obrador descreveu a organização, assim como a Organização dos Estados Americanos (OEA), com sede em Washington, como “supostas defensoras” dos direitos humanos, afirmando que as instituições não fornecem resultados e precisam ser reformados.
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“Eles ganham em dólares e mal suam, eles não trabalham e você tem que pagá-los. É como se eles fossem intocáveis, eles se sentem membros do governo mundial”, condenou o político.
A atual postura incisiva contrasta com a maneira com que López Obrador se portou ao longo dos últimos meses. O México aderiu a uma política de neutralidade desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia e rejeitou sanções contra Moscou.