Lula chega ao Japão para tentar ampliar parcerias comerciais
Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL) acompanham presidente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao Japão nesta segunda-feira, 24 (noite do domingo 23, no horário de Brasília), para uma visita que busca expansão de mercados e investimentos. Ele está acompanhado dos presidentes da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil).
Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD), ex-presidentes das respectivas casas legislativa, também integram a comitiva de parlamentares e ministros.
A viagem, que inclui uma segunda parada no Vietnã, foi planejada para ampliar parcerias comerciais na Ásia. A equipe de Lula considera estratégico diversificar as correntes de negócios e sinalizar equilíbrio na guerra comercial entre China e Estados Unidos — os dois maiores parceiros comerciais do Brasil.
“O objetivo da visita é dar impulso a setores prioritários, além de novos setores na relação. A gente tem como base essa boa relação de vínculos humanos, econômicos, mas queremos avançar. Uma das nossas expectativas é a abertura do mercado japonês para produtos brasileiros, especialmente carne bovina e suína in natura”, destacou o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, ao anunciar a viagem.
Também há expectativa de avançar na discussão das relações entre Mercosul e Japão.
Lula será recebido na terça-feira, 25, para uma visita de “primeira categoria”, a mais alta da diplomacia japonesa, que prevê inclusive uma audiência com o imperador Naruhito. Só uma desse tipo é realizada por ano.
Depois, a comitiva presidencial deve deixar Tóquio na quinta-feira, 27, e seguir para Hanói, capital vietnamita. No dia seguinte, estão previstos encontros com o presidente do Vietnã, Luong Cuong, e o primeiro-ministro do país, Pham Minh Chinh.
Para lá, o presidente levará uma delegação de empresários que inclui executivos da Embraer e da JBS, ambas em negociações para possíveis acordos com os setores de aviação e alimentício, respectivamente, do país no Sudeste Asiático.
Durante a visita ao Vietnã, um plano de ação sobre defesa, agricultura e energia deve ser fechado, o que pode impulsionar a cooperação na produção e venda de etanol, segundo a agência de notícias Reuters. O Brasil também quer aumentar as exportações para o Vietnã e pediu que Hanói autorize as importações de sua carne bovina, informou a mídia estatal vietnamita.
A abertura do mercado no Sudeste Asiático para a carne bovina brasileira é uma pré-condição para um investimento que a JBS estuda no Vietnã, de acordo com reportagem da Reuters. A empresa planeja a construção de um centro de processamento de carne no norte do país, o que seria sua primeira fábrica na Ásia, um possível investimento de dezenas de milhões de dólares.
Enquanto isso, a Embraer também está negociando a venda de dez jatos narrowbody E190 para a transportadora da Vietnam Airlines, e também quer comercializar aviões de transporte militar C-390, com um possível voo de demonstração no Vietnã em maio, disse a Reuters.