O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou nesta quinta-feira, 20, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, para uma visita ao Brasil, após a participação de ambos os países no Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, organizado pelos Estados Unidos. O telefonema marca a primeira conversa oficial entre os mandatários desde a posse do petista, em janeiro.
Ao agradecer o convite, Trudeau expressou seu desejo em dialogar com o petista na reunião do G7, que acontece 19 a 21 de maio, em Hiroshima. Composta por Japão, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido, a cúpula reúne os sete países mais industrializados do mundo. A presença do Brasil neste ano rompe com mais de uma década de falta de convites para participar do encontro.
O premiê canadense foi um dos primeiros líderes internacionais a defender o resultado das eleições presidenciais brasileiras de 2022. Após as manifestações antidemocráticas em janeiro deste ano, ele utilizou suas redes sociais para condenar o “comportamento violento” de bolsonaristas, bem como para demonstrar o seu apoio ao presidente Lula e às “instituições democráticas do Brasil”.
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Em uma conversa de mais de uma hora de duração entre os mandatários, o desenvolvimento sustentável e a mudança climática assumiram protagonismo. Em março, a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um alerta para a proximidade da Terra em um “ponto de não retorno” antes de 2030, caso medidas emergenciais não sejam tomadas em escala global.
Um dos principais focos do governo Lula, a preservação ambiental seria um ponto de encontro entre ambos os países. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, já havia destacado anteriormente a necessidade de “honrar o compromisso do Acordo de Paris”, que reúne medidas de enfrentamento às alterações climáticas. Brasil e Canadá estão entre os 195 signatários do plano.
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Além disso, os líderes governamentais trataram da guerra na Ucrânia, apesar das recentes declarações polêmicas de Lula sobre o assunto. Aliado de Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, Trudeau visitou Kiev em maio do ano passado. Na ocasião, ofereceu também apoio militar ao país invadido por tropas russas em fevereiro de 2022.
Durante sua visita à China e aos Emirados Árabes, o petista criticou a postura dos Estados Unidos e de países da Europa em relação ao conflito. Ele chegou a afirmar que o envio de armas para soldados ucranianos seria uma maneira de estimular a guerra, posicionamento que foi condenado por autoridades americanas.