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Lula diz que conversará sobre guerra na Ucrânia com Trump, que também é ‘amigo do Putin’

Presidente afirmou que, junto dos EUA, pode ser possível construir 'aquela saída que parece inesperada'

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 set 2025, 18h01

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 24, em balanço sobre a agenda brasileira na Assembleia Geral das Nações Unidas, que pretende conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a guerra na Ucrânia. Os dois devem se reunir na semana que vem, após se encontrarem brevemente nos corredores da ONU, em Nova York.

+ Lula diz ter ficado feliz que Trump elogiou ‘química’ e que torce para encontro ‘dar certo’

Lula encontrou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mais cedo nesta quarta, e ressaltou que sentiu que ele estava “com mais vontade de conversar do que em outras reuniões”.

“O que eu disse para o Zelensky é que vou me esforçar, conversar com que eu puder conversar. Inclusive vou conversar com o Trump sobre a questão da guerra. Eu sei que ele é amigo do (presidente russo, Vladimir) Putin, eu também sou amigo do Putin”, disse. “Então se um amigo pode muita coisa, dois amigos podem muito mais. Quem sabe a gente não constrói aquela saída que parece inesperada”.

+ Após reunião com Lula, Zelensky diz ter apreciado ‘sinalizações feitas pelo Brasil’

Para Lula, no entanto, Zelensky e Putin talvez “não estejam preparados para dizer ‘o que eu abro mão e o que eu não abro mão'”. Para isso, seria importante que a ONU assumisse “um papel de relevância”, destacou.

“Acho que essa guerra começou com dois países achando que um ia ganhar do outro rapidamente. Acho que o Putin achou que ia ganhar ‘rapidinho’ e o Zelensky pensou que a ajuda europeia e americana ia permitir que ele ganhasse ‘rapidinho'”, disse. “Não aconteceu nenhuma das coisas. Isso já faz três anos. Acho que as pessoas já sabem o limite de negociação. Ninguém tem coragem de falar ainda, mas todos eles já tem um limite de negociação”.

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Após o encontro desta quarta, que segue diversos atritos e relações diplomáticas tensas entre Brasília e Kiev, Zelensky afirmou que “Lula me disse que fará o possível para a paz na Ucrânia”, dizendo também ter apreciado “sinalizações feitas pelo Brasil”.

Em nota, o governo brasileiro afirmou que Lula “reiterou sua convicção de que não haverá saída militar para o conflito”, expressando apoio a diálogos diretos entre as partes e maior engajamento da ONU na busca por uma solução negociada. Para o Brasil, “um entendimento sobre as condições de um cessar-fogo deveria ser o primeiro passo de um processo de negociação”. 

Em entrevista recente, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, já havia adiantado que seu país “conta com um papel mais ativo do Brasil” para esforços de paz, reconhecendo e elogiando participação de Lula para intermediar, através de conversas com o presidente russo, Vladimir Putin, um encontro entre representantes de Kiev e Moscou, que aconteceu em Istambul.

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Em seu discurso à Assembleia Geral, nesta terça, Lula também enfatizou um possível papel do Brasil como mediador, afirmando “todos já sabemos que não haverá solução militar”.

“Isso implica levar em conta as legítimas preocupações de segurança de todas as partes. E a Iniciativa Africana e o Grupo de Amigos da Paz, criado por China e Brasil, podem contribuir para promover o diálogo”, disse.

A mudança de tom e o encontro seguem relações muitas vezes conturbadas entre os dois líderes. No início deste ano, por exemplo, Zelensky chegou a afirmar que o “trem do Brasil passou”. Cogitou-se que os dois poderiam se encontrar para uma bilateral às margens da cúpula do G7, em junho, no Canadá, o que não aconteceu.

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No ano passado, Zelensky rejeitou publicamente a proposta da China e do Brasil para o fim da guerra, acusando os dois países de tentarem “aumentar seu poder às custas da Ucrânia”. Lula, em dura resposta, criticou o ucraniano pelo fracasso em encontrar uma solução para o conflito, que se arrasta desde fevereiro de 2022.

O encontro também se dá sob uma movimentação de Kiev por uma busca maior por apoio, em meio à intensificação de ataques russos contra território ucraniano, definida por Sybiha como uma “nova etapa” da guerra, e a dificuldade de se chegar a consensos em negociações de paz.

“O lado russo atacou pela primeira vez, desde o início da agressão em larga escala, um prédio do governo. Eles atacaram um prédio do governo com um míssil. Não foi um drone, foi um míssil lançado com intenção. O que isso significa? A mudança da escala. Essa é a resposta sobre nossos esforços de paz”, afirmou o chanceler a VEJA.

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Em 7 de setembro, a Rússia lançou mais de 810 drones e 13 mísseis balísticos e de cruzeiro em diversas regiões da Ucrânia. Um dos mísseis — um Iskander — atingiu o prédio do gabinete de ministros, provocando um incêndio e destruindo boa parte de um andar. Pouco depois, na madrugada da quarta-feira, 10, a Força Aérea polonesa abateu drones que violaram seu espaço aéreo, representando a primeira vez em que um membro da Otan reagiu a uma operação da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Para Sybiha, reuniões recentes em Washington e no Alasca, promovidas pelo presidente americano, Donald Trump, abriram oportunidades para que um cessar-fogo seja alcançado, mas a Ucrânia não aceitará “nenhuma fórmula, nenhuma iniciativa que seja oposta à integridade territorial e soberania ucraniana”.

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