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Lula diz que visitará papa Francisco na Itália na semana que vem

O petista também indicou que quer conversar com presidente italiano, Sérgio Mattarella – mas não mencionou a premiê de extrema direita, Giorgia Meloni

Por Amanda Péchy
Atualizado em 13 jun 2023, 15h45 - Publicado em 13 jun 2023, 09h04

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira, 13, que fará uma viagem na semana que vem para visitar o papa Francisco, na Itália. Os dois recentemente tiveram uma conversa por telefone, em que o mandatário brasileiro convidou o pontífice para vir ao Brasil.

“Semana que vem vou à Itália conversar com o Papa”, afirmou Lula pelo Twitter.

Francisco passou, na semana passada, por uma cirurgia para retirar uma hérnia da parede abdominal, provavelmente formada a partir de uma cicatriz de uma operação anterior – em 2021, precisou remover 33 centímetros do intestino por conta de uma diverticulite.

Apesar de seus problemas de saúde, o Papa mantém uma agenda lotada. O Vaticano anunciou, no último sábado 3, planos para que ele visite a Mongólia de 31 de agosto a 4 de setembro, um dos lugares mais distantes para onde já viajou. Antes disso, ele deve ir a Portugal de 2 a 6 de agosto, para participar da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, e visitar o Santuário de Fátima.

Não está claro se o governo Lula ou o Vaticano estipularam uma data para que o pontífice venha ao Brasil.

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O petista acrescentou via Twitter que, na passagem pela Itália, também quer reunir-se com o presidente do país, Sergio Mattarella.

“Há muitos anos não recebemos um presidente da Itália, e temos muitos italianos e descentes aqui no Brasil. Precisamos reforçar as relações.”

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O cargo de presidente italiano, contudo, tem um caráter mais institucional do que político, embora esteja longe de ser decorativo.

A Itália é uma república parlamentarista desde 1946, e seu presidente tem a função de chefe de Estado, mas não de governo, papel que cabe ao presidente do Conselho dos Ministros, mais conhecido como primeiro-ministro. Quem ocupa a posição atualmente é Giorgia Meloni, uma política com posições muito distantes das de Lula.

Eleita no ano passado com uma coalizão ultranacionalista, ela lidera o partido de extrema direita Irmãos da Itália, que tem raízes no movimento neofascista italiano do pós-II Guerra. Suas inclinações políticas conversam com as do bolsonarismo, como a defesa ferrenha da “família tradicional”, ataques a direitos de minorias raciais e sociais e defesa de “valores cristãos”.

Que Lula tenha explicitado o desejo de encontrar-se com o presidente, e não a primeira-ministra italiana, é indicação clara que não importa quantos imigrantes do país haja no Brasil – o petista parece desinteressado em relacionar-se com a líder de extrema direita.

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