O candidato à presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, se encontrou em São Paulo nesta segunda-feira, 29, com uma delegação de deputados do Parlamento Europeu para propor uma maneira de explorar conjuntamente a biodiversidade da Amazônia de forma sustentável.
“Não queremos transformar a Amazônia em um santuário para a humanidade, queremos explorar da Amazônia o que a biodiversidade pode oferecer”, disse Lula durante o encontro, que envolveu 13 parlamentares e representantes da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas do Parlamento Europeu.
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O ex-presidente disse que o Brasil não irá “abrir mão” de sua soberania, mas que precisa de auxílio para investimentos na região, principalmente na área da ciência e tecnologia. Segundo ele, é preciso haver um direcionamento global para tratar do tema, não podendo mais ser ignorado ou visto como um assunto particular de cada país.
“Se nós ganharmos as eleições, vai ficar muito claro que o Brasil precisa da União Europeia. Nós precisamos de ajuda, nós precisamos de parceria, seja ela qual for. E o Brasil pode ser protagonista nisso”, afirmou, completando que é sabido pela maioria que a questão do clima é “essencial”, mas que há insistência em não respeitar o meio ambiente.
Lula disse ainda que, caso seja eleito, irá propor às Nações Unidas uma nova maneira de governança, que terá a pauta ambiental como um de seus pilares e que, com investimentos nacionais e estrangeiros, mais de 30 milhões de pessoas que moram nos países onde a Floresta Amazônica está presente poderão ser sustentadas pela extração da riqueza local.
Além da temática ambiental, o petista falou ainda sobre a guerra na Ucrânia e sobre a ascensão de governos de esquerda na América do Sul. Para ele, faltou conversa e interesse dos envolvidos para que houvesse uma outra solução além do conflito, reiterando ser contra qualquer tipo de invasão de um país por outro.
Sobre os governos locais, ele destacou as vitórias de Gabriel Boric, no Chile, Gustavo Petro, na Colômbia, e Alberto Fernández, na Argentina, reconhecendo a “situação econômica complicada” pela qual o país vizinho passa.
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O encontro de Lula com os eurodeputados faz parte da agenda internacional montada pelo presidenciável desde o ano passado. Em novembro, ele foi recebido com protocolo de chefe de Estado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em visita a Paris.
De lá para cá, se encontrou ainda com a integrante da família real belga, a princesa Marie-Esmeralda Léopoldine, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e a vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez.