O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta quarta-feira com Evo Morales, que renunciou à presidência da Bolívia ao ser pressionado pelos militares e está asilado no México.
Lula expressou “solidariedade” e “preocupação humanista” tanto por Morales como pelo povo boliviano, segundo informou o instituto do petista.
No segundo ato público após a soltura, Lula disse que Morales “ganhou as eleições, fez o melhor governo desde que a Bolívia foi fundada, criou políticas sociais e foi eleito outra vez, mas a direita não aceita o resultado”.
Em entrevista recente ao jornal britânico The Guardian, o ex-presidente brasileiro afirmou que Morales “cometeu um erro quando buscou um quarto mandato como presidente”, mas denunciou que “foi um crime, um golpe de Estado” que o tirou do poder.
Morales deixou a Bolívia no dia 11 de novembro, depois da pressão das Forças Armadas e de uma auditoria da Organização dos Estados Americanos que apontou “graves irregularidades” nas eleições de 20 de outubro.
A renúncia de Morales foi considerada um golpe de Estado por vários governos latino-americanos, embora outros países tenham reconhecido o governo interino de Jeanine Áñez e parte da comunidade internacional seja a favor de um diálogo entre as partes.