O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta terça-feira, 9, com o presidente da Bolívia, Luis Arce, na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, onde o petista desembarcou na véspera. Antes, os dois presidentes participaram da Cúpula do Mercosul, no Paraguai, onde Arce formalizou a adesão da Bolívia ao bloco.
“Muito bem recebido pelo presidente da Bolívia para uma série de agendas comerciais e diplomáticas entre Brasil e Bolívia”, afirmou o líder brasileiro no X, antigo Twitter.
Esta é a primeira viagem de Lula ao país vizinho no terceiro mandato. Já o presidente da Bolívia esteve no Brasil quatro vezes ao longo do último ano. Após a bilateral entre os dois mandatários, ocorrerá uma reunião ampliada com autoridades e parte da delegação brasileira que está na Bolívia. Depois, o petista participará de uma cerimônia de assinatura de atos e fará uma declaração conjunta à imprensa.
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Lula e Arce conversaram sobre o combate ao tráfico de pessoas e ao narcotráfico – com foco na segurança na área de fronteira; o acesso de brasileiros que vivem no país vizinho aos serviços de saúde pública; uma possível mudança de cota na usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira; e a construção de uma ponte binacional em Guajará-Mirim (RO).
Lula também viajou à Bolívia pronto para discutir investimentos da Petrobras no país e formas de baratear a importação de gás natural para empresas brasileiras.
Na parte da tarde, o presidente brasileiro participará de encontro com empresários. “A visita reforça a proximidade de laços entre os dois países e faz parte do esforço brasileiro na reconstrução das relações bilaterais”, destacou a Secom.
“Depois de participar da Cúpula do Mercosul, no Paraguai, cheguei a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde fui recebido por lideranças de movimentos sociais. Queremos fortalecer as relações entre nossos países e também a integração regional”, escreveu Lula em seu perfil na rede social X.
Tentativa de golpe
A viagem de Lula estava prevista antes de militares tentarem derrubar o governo de Luis Arce, no dia 26 de junho.
Após o ocorrido, Lula decidiu manter a visita com objetivo de demonstrar apoio ao boliviano, um dos presidentes de esquerda na América do Sul.
O golpe fracassado foi liderado pelo ex-comandante do exército boliviano, o general Juan José Zúñiga, que mobilizou soldados e tanques na capital, La Paz, e chegou a invadir o palácio presidencial.
Depois do episódio, o ex-presidente boliviano Evo Morales acusou Arce de ter orquestrado tudo para ganhar popularidade em meio a uma crise econômica, narrativa que foi reproduzida também pelo presidente da Argentina, Javier Milei, que faltou à cúpula do Mercosul para comparecer a um fórum da extrema direita no Brasil – onde também se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro e não marcou compromissos oficiais com Lula.