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Macri ou Cristina, chimarrão e balinhas: a eleição da Argentina

Como foi a votação deste domingo para renovar o Congresso

Por Duda Teixeira, de Buenos Aires
Atualizado em 22 out 2017, 15h38 - Publicado em 22 out 2017, 15h32

Os argentinos votam neste domingo 22 nas eleições legislativas, que devem renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.

Embora o presidente Mauricio Macri não esteja concorrendo a cargo algum, a principal disputa é entre ele e sua antecessora, Cristina Kirchner, que tenta uma vaga no Senado pela província de Buenos Aires.  A coalizão de Macri, Cambiemos, tem sido favorecida principalmente pelo repúdio à Cristina e pelas obras de transporte e de saneamento que o governo está realizando, com endividamento externo.

Na Faculdade de Direito da Faculdade de Buenos Aires, as mesas onde ficavam os fiscais tinham balinhas coloridas. Segundo um dos mesários, que não quis se identificar, os doces eram para “adoçar o momento amargo da votação”. Entre os mesários, era comum que passassem o mate, ou chimarrão, entre eles.

Refratários ao voto eletrônico, os argentinos mantêm um método antiquado de votação. Quem quiser escolher candidatos de mais de um partido precisa rasgar a cédula ao meio. “O voto eletrônico não convêm aos políticos, porque isso diminuiria a chance de eles alterarem o resultado”, diz a professora Soledad Martinez, que votou na Faculdade de Direito.

A professora Soledad Martinez, que votou na Faculdade de Direito de Buenos Aires, nas eleições legislativas de 2017
A professora Soledad Martinez, que votou na Faculdade de Direito de Buenos Aires, nas eleições legislativas de 2017 (Enrique Garcia Medina/VEJA)
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Uma das surpresas da campanha foi a aparição do corpo do artesão Santiago Maldonado, de 28 anos. O caso foi usado pela oposição para culpar o governo. Em vários cartazes e pichações pela capital, afirma-se que o Estado é responsável pela morte. Pelas análises dos peritos, que vieram à tona na noite de sábado, dia 22, Maldonado se afogou no rio gelado e não tinha lesões no corpo, o que pode afastar a hipótese de que tenha sido morto por um policial. “Não acho que isso tenha influenciado muito na eleição, mas o caso foi usado pelos dois lados para ganhar voto”, diz Claudia Lisik, esteticista que votou na Escola Número 25, em Buenos Aires. “As pessoas parecem se esquecer que o morto foi uma pessoa de verdade, que tinha família e tudo. É lamentável”, diz.

A esteticista Claudia Lisik, que votou na Escola 25, em Buenos Aires, nas eleições legislativas da Argentina
A esteticista Claudia Lisik, que votou na Escola 25, em Buenos Aires, nas eleições legislativas da Argentina (Enrique Garcia Medina/VEJA)

 

 

Se conseguir repetir os resultados das eleições primárias, realizadas em agosto, Macri poderá afastar o fantasma de Cristina Kirchner e terá boas chances de se reeleger em 2019.

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