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Macron ataca nacionalismo e isolacionismo

“Fechar a porta para o mundo não deterá a evolução”, disse o líder francês, no Capitólio, pedindo a manutenção dos Estados Unidos no cenário internacional

Por Da redação
Atualizado em 25 abr 2018, 18h57 - Publicado em 25 abr 2018, 16h45

O presidente da França, Emmanuel Macron, usou seu discurso no Congresso americano nesta quarta-feira 25 para atacar e denunciar o nacionalismo e isolacionismo. Em visita de Estado a Washington, ele fez um forte apelo aos parlamentares americanos em prol do multilateralismo e da manutenção dos Estados Unidos no cenário internacional.

“Podemos escolher o isolacionismo, a retração e o nacionalismo. É uma opção. Pode ser um remédio tentador para nossos medos. Mas fechar a porta para o mundo não deterá a evolução do mundo”, declarou, após uma introdução na qual aludiu à antiga amizade franco-americana.

Sua entrada no plenário foi marcada por uma ovação em pé ao longo de três minutos por parte dos congressistas presentes. Diante do Congresso controlado pelos republicanos, Macron defendeu as instituições internacionais fundadas desde a II Guerra Mundial com o apoio dos Estados Unidos.

“Tenho certeza de que um dia os Estados Unidos voltarão ao acordo de Paris sobre o clima”, disse ele, levando alguns democratas a gritaram “Viva a França”, em francês. Enquanto isso, os republicanos permaneciam de braços cruzados, mas com um sorriso ante a ligeira impertinência de seu anfitrião.

Respeitando a tradição, as ovações e risos permearam o discurso, ainda que alguns congressistas tivessem que se esforçar para entender o sotaque do chefe de Estado, que se expressou inteiramente em inglês, com exceção da conclusão: “Vive la République, vive la France, vive notre amitié” (Viva a República, viva a França, viva nossa amizade).

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Acordo iraniano

Macron discorreu longamente sobre um novo e mais amplo acordo sobre o Irã e sobre a questão nuclear, em geral. Segundo ele, um novo pacto multilateral poderia diminuir o risco de uma “potencial guerra” caso os Estados Unidos decidam abandonar o acordo nuclear assinado pelas seis potências com o Irã, em 2015.

“Quanto ao Irã, nosso objetivo é claro: o Irã nunca deverá ter uma arma nuclear. Nem agora, nem em cinco anos, nem em dez anos. Nunca”, ressaltou Emmanuel Macron, desta vez aplaudido por todos os presentes.

Sobre o comércio, ele reiterou ser a favor de um “comércio justo e equitativo”. Mas rejeitou, como opção “sem coerência”, qualquer guerra comercial entre aliados, referindo-se ao aumento de tarifas de importação de aço e  alumínio determinado  por Donald Trump contra vários provedores, entre os quais a União Europeia.

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Como Charles de Gaulle, François Mitterrand ou Nicolas Sarkozy, seus predecessores,  o presidente francês traçou o fio da “indestrutível” amizade franco-americana, chamando-a de “relação especial”, um termo geralmente reservado pela França ao Reino Unido.

Na tarde desta quarta-feira, terceiro e último dia da visita de Estado a Washington, terá agenda mais leve. Macron vai participar de um desafio que adora: um debate livre com estudantes, como já aconteceu na Índia e em Burkina Faso.

Sua visita deverá  virar a página das discussões diplomáticas com Donald Trump, particularmente difíceis do dia anterior sobre o Irã, diante de um presidente que, como admitiu Macron, “não muda de opinião facilmente”.

Mesmo assim, os abraços, beijos, mãos dadas e outros gestos afetuosos entre Trump e Macron fizeram a festa dos meios de comunicação, principalmente entre os chargistas. O principal mote das brincadeiras foi a longa lista de aventuras extraconjugais do presidente americano.

(Com AFP)

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