O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, nesta quarta-feira 10, um acordo com a Cruz Vermelha para a entrada de ajuda humanitária ao seu país, depois que participou de um encontro com o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer.
“Chegamos a um acordo, os comitês internacionais da Cruz Vermelha e o governo bolivariano, de trabalhar conjuntamente com os organismos da ONU para trazer à Venezuela todo o apoio, toda a ajuda de caráter humanitário que possa ser trazida”, disse Maduro em transmissão obrigatória de rádio e televisão.
A Venezuela atravessa uma severa crise econômica que ocasiona escassez de remédios e material médico há cinco anos e, em fevereiro deste ano, a oposição venezuelana esperava ingressar no país doações dos Estados Unidos e outros países armazenados no Brasil, na Colômbia e em Curaçao, mas estas foram bloqueadas por ordem de Maduro.
No anúncio de hoje, Maduro não fez referência a este fato, mas explicou que seu chanceler, Jorge Arreaza, trabalha para negociar um documento “formal” com a Cruz Vermelha onde se estabeleçam os parâmetros da entrada de ajudas para que o Comitê Internacional do organismo seja o “reitor” de todos os “mecanismos” que queiram ajudar.
Nesse sentido, o presidente venezuelano afirmou que é “bem-vindo tudo o que seja legal”, embora tenha destacado que, “há muito tempo”, a Venezuela recebe “ajuda humanitária” de China, Rússia, Turquia, Índia e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS).
Por sua parte, o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha assegurou que essa organização está disposta a atuar na crise da Venezuela e reduzir seus “impactos negativos” sobre os cidadãos.
Maurer visitou a Venezuela durante cinco dias e teve encontros com Maduro e vários ministros do seu gabinete, os dois vice-presidentes do parlamento, assim como com médicos, enfermeiras, pacientes e associações civis.
“Há um muito bom espírito de cooperação”, disse Maurer durante um encontro com jornalistas em Caracas ao término da sua visita.
Na ocasião, indicou que a Cruz Vermelha viu as dificuldades de alguns hospitais para prestar serviços ao povo por falta de água ou eletricidade e garantiu que também podem cooperar nessas áreas, assim como na reabilitação de centros de saúde.
“Mas não podemos reabilitar todo o sistema de saúde e não podemos resolver todos os problemas”, ressaltou.
(Com EFE)