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Maduro critica ‘golpes da CIA’ após Trump autorizar operações na Venezuela

Presidente americano disse que estuda ações terrestres contra cartéis de drogas venezuelanos

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 out 2025, 22h05 - Publicado em 15 out 2025, 20h38

Horas depois de Donald Trump confirmar nesta quarta-feira, 15, que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) a conduzir operações secretas na Venezuela, Nicolás Maduro condenou os “golpes de Estado dados pela CIA” durante discurso.

“Não aos golpes de Estado dados pela CIA”, afirmou Maduro em evento do Conselho Nacional pela Soberania e Paz. Ele afirmou que a Venezuela não passará por uma “mudança de regime, que tanto nos lembra das guerras eternas fracassadas no Afeganistão, Iraque, Líbia e assim por diante.”

Maduro afirmou, porém, que não quer uma “guerra”: “Dizer ao povo dos Estados Unidos: não à guerra. Não queremos uma guerra no Caribe ou na América do Sul. Não”.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela também divulgou uma nota em que rechaça as declarações de Trump, classificando-as como violação “gravíssima” do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas. Leia a íntegra:

“A República Bolivariana da Venezuela rejeita as declarações belicistas e extravagantes do presidente dos Estados Unidos, nas quais ele admite publicamente ter autorizado operações destinadas a agir contra a paz e a estabilidade da Venezuela. Essa afirmação sem precedentes constitui uma gravíssima violação do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas, e obriga a comunidade internacional a denunciar tais declarações claramente desmedidas e inconcebíveis.

Observamos com extrema preocupação o uso da CIA, assim como os desdobramentos militares anunciados no Caribe, que configuram uma política de agressão, ameaça e assédio contra a Venezuela.

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É evidente que tais manobras buscam legitimar uma operação de ‘mudança de regime’ com o objetivo final de se apropriar dos recursos petrolíferos venezuelanos. Da mesma forma, as declarações do mandatário norte-americano buscam estigmatizar a migração venezuelana e latino-americana, alimentando discursos xenófobos e perigosos.

Na reunião extraordinária de chanceleres da CELAC, convocada pela Presidência Pro Témpore da Colômbia, a Venezuela apresentou formalmente essa denúncia e exigiu uma resposta regional imediata. Amanhã, nossa Missão Permanente junto à ONU levará essa denúncia ao Conselho de Segurança e ao Secretário-Geral, exigindo que o Governo dos Estados Unidos preste contas e que sejam adotadas medidas urgentes para impedir uma escalada militar no Caribe, zona declarada de paz pela CELAC em 2014. A comunidade internacional deve compreender que a impunidade diante desses atos terá consequências políticas perigosas que precisam ser detidas imediatamente.”

Operações terrestres

A autorização de Trump foi revelada por uma reportagem do jornal New York Times. Nesta tarde, o republicano admitiu também que seu governo estuda a possibilidade de ataques terrestres contra cartéis de drogas venezuelanos, como forma de intensificar uma campanha de pressão contra o presidente Nicolás Maduro.

Ao ser questionado se agentes teriam autoridade para matar Maduro, Trump disse ser “uma pergunta ridícula para responder”, mas afirmou que “a Venezuela está sentindo a pressão”.

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+ Governo Trump autorizou operações secretas da CIA na Venezuela, diz jornal

Perguntado sobre as recentes operações em águas internacionais, perto da costa da Venezuela, Trump disse: “não quero dizer exatamente, mas certamente estamos olhando para a terra agora porque o mar está muito bem controlado”.

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Ao todo, tropas americanas fizeram cinco ataques contra barcos venezuelanos que supostamente levavam drogas, deixando 27 mortos. Na terça-feira, no quinto ataque do tipo, o governo americano disse ter destruído um barco “associado a redes narcoterroristas ilícitas” que transitava “por uma rota conhecida de DTO (sigla para organização de tráfico de drogas, em inglês)“.

A Casa Branca acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. Ele não só violou as leis de narcóticos americanas e tomou o poder de forma não democrática na Venezuela, mas também tem ligações com grupos criminosos, como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, e comanda o Cartel de los Soles “há mais de uma década”, segundo o governo americano.

Em declaração recente, a secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, informou que foram apreendidos US$ 700 milhões em ativos ligados a Maduro. Em meio a trocas de farpas, o líder venezuelano mobilizou 4,5 milhões de milicianos chavistas em todo o país, apresentando a medida como uma estratégia de segurança. As acusações logo escalaram para uma movimentação militar americana em direção à Venezuela.

Os navios de guerra USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson atuam desde o mês passado na costa venezuelana, também patrulhada por aviões de vigilância. Eles são acompanhados pelo destróier USS Lake Erin, capaz de disparar 122 mísseis, e pelo submarino USS Newport News, com ataque de propulsão nuclear.

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Três contratorpedeiros, do grupo Anfíbio de Prontidão (ARG, na sigla em inglês), voltaram à região no final de agosto, depois de terem sido forçados a retornar aos EUA devido ao furacão Erin. As embarcações americanas poderão ser usadas para diferentes finalidades, de operações de inteligência vigilante a ataques direcionados contra a terra firme, disse uma autoridade à Reuters sob condição de anonimato.

Em paralelo, o avião Poseidon P-8, da Marinha tem operado a partir de San Juan, em Porto Rico, e tem conduzido voos circulares nos arredores de Aruba, no norte da Venezuela, para localizar semissubmersíveis, comumente usados pelo narcotráfico para transportar drogas para o México. De lá, os entorpecentes seguem para os EUA. Um Boeing E-3 Sentry também foi localizado na região, sendo empregado para localizar alvos de interesse.

+ Maduro ofereceu riquezas da Venezuela em troca de alívio de pressão dos EUA, diz ‘NYT’

Tentativa de negociação

Segundo outra reportagem do NYT, publicada nesta semana, Maduro teria tentado usar riquezas naturais do pais como moeda de troca para aliviar a pressão econômica e política. Sob sanções e retórica cada vez mais agressiva de Washington, o líder chavista ofereceu amplas concessões econômicas a empresas de energia e mineração dos EUA em troca de uma trégua política com o presidente Donald Trump.

A proposta, que circulou por meses, incluía abrir todos os projetos de petróleo e ouro — existentes e futuros — a companhias americanas, conceder contratos preferenciais, redirecionar o fluxo de exportações de petróleo da China para os Estados Unidos e romper acordos de energia e mineração com empresas chinesas, iranianas e russas. Em troca, Maduro esperava uma reaproximação política e o alívio das sanções que paralisam a economia venezuelana.

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A Casa Branca, no entanto, acabou por rejeitar as concessões, segundo o NYT. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tornou-se a principal voz a favor da linha-dura contra o regime venezuelano, chamando Maduro de “foragido da Justiça americana” e encerrando qualquer esforço de negociação conduzido pelo enviado especial Richard Grenell. Na semana passada, o governo Trump formalizou o rompimento das relações diplomáticas com Caracas.

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