O líder venezuelano, Nicolás Maduro, determinou neste sábado, 13, que as milícias, segundo ele integradas por mais de 2 milhões de pessoas, se dediquem à produção de alimentos e prometeu um milagre econômico no país, castigado por uma severa crise.
“Neste momento ordeno que as 51.743 unidades populares de defesa integral se dediquem à produção em todo o território nacional, para ver reverdecer um milagre produtivo. Fuzil no ombro, prontos para defender a pátria, e abrindo a terra para semear e produzir o alimento para a comunidade, para o povo”, disse Maduro, em um ato com os milicianos no sudoeste de Caracas.
A Venezuela, o país com as maiores reservas comprovadas de petróleo no planeta, atravessa por uma aguda crise econômica que se traduz em escassez e hiperinflação.
O Parlamento, formado majoritariamente por integrantes da oposição, disse na quarta-feira que a economia da Venezuela perdeu 55,17% do seu tamanho entre 2013 e 2018, quando Maduro governou o país pela primeira vez.
De acordo com Angel Alvarado, membro da Comissão de Finanças da Câmera, a queda cada vez maior da produção de petróleo é o principal fator que “tem a ver” com a acentuada contração da economia venezuelana. Na semana passada, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), da qual a Venezuela é membro fundador, informou que o bombeamento do país caiu 28,3% em março com relação a fevereiro, atingindo 732 mil barris por dia.
Maduro evitou falar da indústria do petróleo, de onde o país obtém quase 96% da sua receita, mas se mostrou esperançoso em conseguir no curto prazo um milagre econômico.
“Vamos ver um milagre com as coisas que podem ser feiras com a milícia, que que é uma imensa força criativa para resistir aos embates do imperialismo”, afirmou ele, em referência à sabotagem que, na sua versão, os Estados Unidos fizeram contra o seu governo.