O governo do ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, condicionou o atendimento médico a pacientes, alguns dos quais em estado grave, à votação nele às vésperas das eleições de maio de 2018. A denúncia foi feita por dezesseis médicos cubanos que trabalharam no país e divulgada pelo jornal americano The New York Times.
Segundo esses médicos, o uso político do atendimento médico ia de recomendações que eles davam para que os pacientes votassem em Maduro até a ameaça direta de que poderiam ficar sem tratamento, alguns dos quais para doenças crônicas, que necessitam de acompanhamento regular.
Os médicos cubanos foram enviados à Venezuela em missão oficial dada a relação de alinhamento político entre os regimes dos dois países. Muitos deles, porém, pediram asilo político nos últimos meses.
A ameaça de excluir beneficiários de programas sociais ou da distribuição de alimentos caso não votem no seu candidato é uma tática conhecida de governos em países pobres e em desenvolvimento. Mas, segundo analistas, a denúncia dos médicos cubanos causa choque por envolver a saúde e até a vida humana.
Maduro acabou eleito para mais um mandato de seis anos em maio de 2018, mas o pleito foi marcado por denúncias de fraudes, elevada abstenção e boicote ou ausência dos principais nomes da oposição.
(Com agências internacionais)