Mãe de vítima de neonazista: ‘Mataram Heather para silenciá-la’
Susan Bro autorizou a realização de um ato público para que a morte de sua filha sirva para continuar a luta contra o racismo
A mãe de Heather Heyer, morta durante as manifestações contra uma marcha de supremacistas brancos no último sábado, fez um discurso emocionado durante uma cerimônia pública em sua homenagem nesta quarta-feira. Para Susan Bro, os extremistas assassinaram sua filha para que sua voz fosse calada.
“Tentaram matar a minha filha para que se calasse. Bom, adivinhem? Eles só a engrandeceram”, disse durante o serviço religioso celebrado no Teatro Paramount de Charlottesville, na Virgínia. “Isto é o que quero que aconteça. Muita gente me pergunta o que pode fazer. Estou lendo páginas e páginas sobre como ela está comovendo o mundo. Quero que isto se expanda, quero que isto seja o início do legado de Heather”, acrescentou sua mãe.
Bro disse ter preferido uma cerimônia privada para chorar por sua filha, mas aceitou o ato público celebrado hoje a fim de que a sua morte sirva para continuar lutando contra o racismo. Durante o velório, ao qual os presentes compareceram vestidos de violeta – a cor favorita da vítima -, o avô de Heyer, Elwood Shrader, lembrou a paixão com a qual sua neta se envolvia naquilo em que acreditava.
A jovem de 32 anos morreu ao ser atropelada por um carro que foi jogado contra uma multidão de pessoas que protestavam em uma manifestação anti-racista contra os supremacistas brancos na Virgínia. O suposto motorista, James Alex Fields Jr., foi fotografado assistindo ao evento e foi detido e acusado de assassinato em segundo grau após o atropelamento, no qual várias pessoas também ficaram feridas.
Até o momento, o presidente Donald Trump não entrou em contato com a família de Heather, como havia prometido. O líder, contudo, postou uma mensagem sobre o evento desta quarta em sua página no Twitter: “Velório hoje para a linda e incrível Heather Heyer, uma jovem verdadeiramente especial. Ela será lembrada por todos!”