O bilionário e magnata da mídia Rupert Murdoch anunciou, nesta quinta-feira, 21, que vai deixar o cargo de presidente da Fox Corporation e Fox News.
“Durante toda a minha vida profissional, estive diariamente envolvido com notícias e ideias, e isso não vai mudar”, escreveu Murdoch em um memorando a seus funcionários. “Mas é o momento certo para assumir funções diferentes, sabendo que temos equipes verdadeiramente talentosas”, acrescentou.
Ele será substituído por seu filho, Lachlan Murdoch, como presidente de ambas as empresas, a quem chamou de “um líder apaixonado e de princípios”.
O bilionário de 92 anos entrou no jornalismo na década de 1950, mas só tornou-se um importante executivo de Hollywood em 1985, quando comprou a 20th Century Fox do petroleiro Marvin Davis por US$ 600 milhões (aproximadamente R$ 2,956 bilhões). Depois disso, entrou no ramo da TV em 1986, ao adquirir vários canais americanos e criar a Fox Broadcasting.
A Fox News nasceu em 1996 como uma startup concorrente da emissora CNN, virando, ao longo dos anos, o canal de notícias a cabo número 1 nos Estados Unidos – e a joia da coroa do lucrativo império midiático de Murdoch. Com um posicionamento conservador, tornou-se também um bastião para o Partido Republicano.
Com a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, em 2016, a Fox News deu uma guinada à direita e passou a ecoar uma série de mentiras em consonância com o líder republicano. As principais foram as alegações sobre fraude eleitoral, defendidas pelo ex-presidente após o pleito de 2020, que ele perdeu para o democrata Joe Biden.
Neste ano, a Fox Corp. foi condenada a pagar US$ 787 milhões (cerca de R$ 3,87 bilhões) em um acordo por difamação com a Dominion Voting Systems, empresa que produz urnas e que foi um dos principais alvos das acusações de fraude da emissora. Além disso, enfrenta outro processo da concorrente da Dominion, Smartmatic.
Enquanto isso, Lachlan Murdoch, que atuou como CEO da Fox Corp. e executivo da News Corp e da Fox por décadas, é um discreto mas conhecido crítico de Trump. Já veio à tona que ele discorda da forma como o ex-presidente se comporta e que acredita que, se Trump concorresse novamente, isso não seria bom para o país.