Pesquisa divulgada hoje (25) pela Universidade Quinniapiac indica a preferência de 51% do eleitorado americano aos candidatos do Partido Democrata para as eleições legislativas de meio de mandato presidencial, em novembro deste ano. Dentre os entrevistados, 39% disse que votaria para os nomes do Partido Republicano, a base política do presidente americano, Donald Trump.
Os resultados estão em linha com as preocupações de Trump e sua equipe de governo com a possível perda da maioria republicana na Câmara dos Representantes e no Senado. Uma guinada democrata nas duas casas do Congresso tornaria impossível a aprovação de projetos caros ao presidente nos seus dois últimos anos de mandato e, consequentemente, reduziria a aprovação de seu trabalho por seus eleitores e as suas chances de reeleição em 2020.
A pesquisa mostra que, entre as mulheres, a preferência por candidatos democratas é maior do que na média: 57% disseram que votariam para o partido, enquanto 32% ficariam com os republicanos. Entre os homens, 46% preferem os nomes do partido do presidente Trump e 44% votariam na oposição.
Em um outro indicador desvantajoso para Trump, o eleitorado branco se mostra dividido, com 46% dizendo votar para os democratas e 44%, para os republicanos. O eleitorado negro tradicionalmente vota em peso para a oposição e, na pesquisa, se mostrou coerente: 78% com os democratas e 16% com os republicanos. Entre os latinos, 66% votam para a oposição e 23% para a situação.
Os eleitores independentes, que oscilam entre um e outro partido conforme a eleição, também demonstraram preferência pelos democratas (50%). Apenas 23% deles afirmaram votar pelos candidatos republicanos.
A sondagem apontou também uma ampla insatisfação do eleitorado com o desempenho de deputados de ambos os partidos. No caso dos democratas, 63% desaprovam o trabalho deles e apenas 30% os aprovam. Sobre os republicanos, a desaprovação alcança 66%, e a aprovação, 27%.
Impeachment
Embora não tenha incluído a avaliação dos eleitores sobre o desempenho de Trump, a pesquisa da Universidade Quinniapiac abordou a possibilidade de impeachment do presidente se o Congresso eleito em novembro tiver maioria democrata. “Se o Partido democrata ganhar o controle da Câmara em 2018, você gostaria ou não de ver iniciado o processo de impeachment do Presidente Trump?”, perguntaram os pesquisadores. Dentre os entrevistados, 55% disse que não, e 39%, sim.
A pesquisa também abordou a relação tumultuada entre Trump e a grande imprensa americana, a quem o presidente frequentemente chama de “fake news” – notícias falsas, em inglês. As diferentes perguntas indicaram apreço dos eleitores ao trabalho da mídia.
Dentre os ouvidos, 54% disse acreditar mais na imprensa do que em Trump, e 34% deu opinião contrária. Mas a maioria (56%) desaprova a cobertura da mídia sobre o presidente, contra 36% dos eleitores que a aprova. Para 71% dos entrevistados, a imprensa não é a “inimiga do povo, mas uma parte importante da democracia”. Apenas 21% responderam o contrário.
A sondagem foi realizada entre os dias 18 e 23 de julho com 1.177 eleitores espalhados pelos estados Unidos e tem margem de erro de 3,5 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. As pesquisas da Universidade Quinniapiac estão entre as mais respeitadas do país.