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Mais 11 são mortos em Gaza após Israel abrir fogo perto de centro de ajuda humanitária

Exército israelense disse estar investigando baixas de entre multidão que aguardava por distribuição de alimentos

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 jun 2025, 08h09

São cenas repetidas. Nesta quarta-feira, 18, mais onze palestinos foram mortos depois que forças israelenses abriram fogo perto de uma multidão que esperava por caminhões de comida em um centro de ajuda humanitária na região central de Gaza, informaram autoridades da defesa civil no enclave devastado.

Mais de cem pessoas morreram entre a segunda-feira 16 e esta quarta-feira em filas perto de centros de distribuição de alimentos ou em rotas por onde os caminhões com ajuda humanitária deveriam trafegar.

O Exército israelense disse que estava “investigando” relatos do novo incidente.

Perigo em centros da GHF

Na terça-feira, as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram um ataque aéreo a uma casa perto de um local onde uma multidão de palestinos aguardava a entrada de caminhões de ajuda humanitária das Nações Unidas em Khan Younis, ao sul da Faixa de Gaza, informou o jornal britânico The Guardian. Em seguida, os soldados israelenses abriram fogo, o que levou à morte de ao menos 51 pessoas e deixou outras 200 feridas.

Um dia antes, o hospital de campanha da Cruz Vermelha em Gaza recebeu 200 pacientes, o número mais alto vítimas de episódios nos quais soldados israelenses dispararam nos arredores de centros de operações da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), um grupo privado americano apoiado pelos Estados Unidos e por Israel, mas criticado pelas Nações Unidas e por outras organizações por utilizar seguranças armados e pela ineficácia. As vítimas, nesse caso, estavam nos postos de Rafah, também ao sul.

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+ Após Israel abrir fogo, centro de ajuda humanitária também é alvo do Hamas; 5 morrem

Ainda no início do mês, pelo menos 27 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas por tiros disparados pelas tropas de Israel próximos ao local de distribuição de alimentos da GHF em Rafah. Um dia depois, suspendeu as atividades após cenas de despreparo e violência, com vídeos de palestinos famintos e desesperados tentando fugir dos tiros. Na ocasião, o grupo reiterou que sua “maior prioridade continua sendo garantir a segurança e a dignidade dos civis que recebem ajuda”, apesar de não dar ouvidos à ONU.

As cenas de despreparo, no entanto, já se mostravam no primeiro dia de distribuição de ajuda, em 26 de maio, quando as FDI atiraram perto de multidão de palestinos após a GHF perder controle do posto em Rafah, dando início a um tumulto. Sob críticas, a fundação afirmou que a decisão de abandonar o local “foi tomada de acordo com o protocolo”, com o objetivo de “evitar baixas”. O exército israelense, por sua vez, alegou que disparou “tiros de advertência” perto do complexo para retomar o controle.

Bloqueio a Gaza

Israel impôs um bloqueio total a Gaza em 9 de março, suspendendo-o parcialmente em maio apenas para a GHF e, de forma mais limitada ainda, o Programa Mundial de Alimentos (PMA). No entanto, não permite que a agência da ONU para refugiados palestinos, a UNRWA, realize as operações de entrega. O órgão possui de longe a maior rede de distribuição de ajuda humanitária no enclave, mas foi banido por Tel Aviv sob alegações de ser cúmplice do Hamas. (Após uma investigação interna, a UNRWA demitiu nove de seus 13 mil funcionários sob suspeita de envolvimento no ataque a comunidades israelenses em outubro de 2023, que desencadeou a guerra, mas não encontrou evidências das alegações mais amplas de Israel.)

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A GHF pretende ser um substituto da UNRWA, mas seu método de entrega de alimentos – em um número limitado de locais fortemente militarizados – resultou em mais de 300 mortes e 2 mil feridos desde o início de suas operações, em 26 de maio. Muitas das mortes ocorreram após forças israelenses abrirem fogo contra palestinos que tentavam chegar aos pontos de distribuição.

Crise humanitária

O perigo em torno dos centros de distribuição de alimentos exacerba a profunda crise de fome no território. A população da Faixa de Gaza, composta por 2,3 milhões de pessoas antes da guerra, está em “risco crítico” de fome e enfrenta “níveis extremos de insegurança alimentar”, apontou um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), apoiada por agências das Nações Unidas, grupos de ajuda e governos.

O documento indicou que o cessar-fogo, que durou de janeiro a março, “levou a um alívio temporário” em Gaza, mas as novas hostilidades israelenses “reverteram” as melhorias. Cerca de 1,95 milhão de pessoas, ou 93% da população de Gaza, vivem níveis de insegurança alimentar aguda. Desse número, mais de 244 mil enfrentam graus “catastróficos”. A fome generalizada, segundo a pesquisa, é “cada vez mais provável” no território. No momento, meio milhão de palestinos, um em cada cinco, estão famintos em Gaza.

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