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Mais de 2.000 ataques em doze dias: a guerra entre Irã e Israel em números

Ao menos 638 pessoas morreram e quase 8 mil foram feridas; Teerã lançou 1.550 mísseis e drones contra o território israelense, que devolveu na mesma medida

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 jun 2025, 10h10

O instável cessar-fogo entre Israel e Irã parece continuar de pé nesta quinta-feira, 26, dois dias após o fim, por ora, do conflito. Com a interrupção das hostilidades, começam a surgir detalhes sobre a extensão dos combates, que duraram doze dias.

Ambos os países declararam vitória, assim como os Estados Unidos, na tentativa de demonstrar força perante suas respectivas populações e de aliados.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) divulgaram um balanço de suas operações na quarta-feira 25, enquanto o Ministério da Saúde do Irã informou os números de mortos e feridos no país — um relatório divulgado pela ONG Human Rights Activists, porém, sugere os danos podem ser ainda maiores.

Mortos e feridos

Em Israel, os ataques com mísseis balísticos do Irã durante os doze dias de guerra custaram a vida de 28 pessoas — todas civis, exceto por um soldado fora de serviço morto por um foguete disparado em Bersheba — e feriram um total de 3.238 (a maioria também civis, com apenas sete soldados feridos devido ao impacto de mísseis).

Segundo o Ministério da Saúde israelense, desses, 23 foram gravemente feridas, 111 moderadamente feridas, 2.933 levemente feridas, e 138 foram atendidas por ansiedade aguda. As condições das trinta restantes não foram determinadas.

Além disso, autoridades israelenses disseram que mais de 9 mil pessoas foram deslocadas de suas casas, dezenas das quais foram danificadas ou destruídas por ataques iranianos.

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O Irã, por sua vez, afirmou que 610 pessoas morreram no conflito e 5.332 foram feridas. A ONG americana Human Rights Activists, porém, fala em 1.054 mortes e 4.476 feridos.

Entre as vítimas fatais iranianas estão cerca de trinta comandantes militares de alto escalão e catorze cientistas nucleares, segundo as Forças de Defesa de Israel.

Operações militares, mísseis e drones

O Irã lançou 550 mísseis balísticos e cerca de 1.000 drones contra Israel durante a guerra, de acordo com as IDF. A maioria dos mísseis (90%) foi interceptada pelas defesas aéreas israelenses e americanas.

No entanto, pelo menos 31 impactos de mísseis balísticos foram registrados em áreas povoadas ou locais de infraestrutura crítica, incluindo uma usina elétrica no sul de Israel, uma refinaria de petróleo em Haifa e uma universidade no centro do país. Dezenas de outros mísseis atingiram áreas abertas, sem causar danos significativos. O Comando da Frente Interna das IDF afirmou ter emitido mais de 21 mil alertas a civis durante a guerra.

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A grande maioria dos 1.000 drones, que se movem mais lentamente, mas são mais difíceis de rastrear, nem sequer conseguiu chegar às fronteiras de Israel, informaram as IDF. Dos drones que representavam uma ameaça, quase 99% foram interceptados por caças, helicópteros e sistemas de defesa terrestre da Força Aérea israelense; barcos lançadores de mísseis da Marinha; e pelo 5114º Batalhão Spectrum, especializado em guerra eletrônica. Apenas um drone atingiu uma área povoada – uma casa na cidade de Beit She’an, no norte do país –, causando grandes danos, mas sem feridos.

Do outro lado, o Irã também foi fortemente bombardeado. Segundo as IDF, mais de 1 mil missões israelenses foram realizadas nos doze dias de guerra e, apenas nas primeiras 72 horas de conflito, mais de 300 munições guiadas foram lançadas em cinco ondas sincronizadas contra o território iraniano.

Os Estados Unidos lançaram, no sábado 21, catorze bombas “bunker buster”, ou “destruidoras de bunkers”, de 13 toneladas cada contra três instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Isfahan. Na operação, foram usadas 125 aeronaves militares — entre elas, sete bombardeiros B-2 Spirit — e um submarino americano.

Prisões, execuções e fechamento de espaço aéreo

Ao todo, 700 pessoas foram presas pelo Irã acusadas de terem ligações com Israel nos doze dias de combates, e as autoridades locais comunicaram que três delas foram executadas.

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Do outro lado, três israelenses foram presos pelo  serviço de segurança interna do país, o Shin Bet, por suspeita de espionagem em nome do Irã. Nos Estados Unidos, onze iranianos foram presos pelo ICE, o serviço e polícia de imigração americano.

Além disso, por conta dos ataques, oito países fecharam seus espaços aéreos, ainda que temporariamente: Israel, Irã, Síria, Iraque, Catar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Kuwait.

Capacidades restantes do Irã

No início da guerra, estimava-se que o Irã possuía entre 2,5 mil e 3 mil mísseis balísticos e milhares de drones, o maior arsenal do tipo no Oriente Médio. Agora, as IDF estimam que cerca de dois terços dos lançadores de mísseis balísticos iranianos, cerca de 250, foram destruídos em ataques, juntamente com cerca de 1.000 mísseis.

Isso deixa o Irã com cerca de 1.000 a 1.500 mísseis balísticos e apenas cerca de 100 lançadores, de acordo com estimativas das IDF.

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Em termos de defesas do Irã, o Exército israelense afirmou ter alcançado superioridade aérea sobre o oeste do Irã e Teerã durante os combates, com mais de oitenta baterias de defesa aérea iranianas destruídas.

O Irã não conseguiu abater nenhum caça israelense durante a guerra, apesar das alegações da mídia iraniana. No entanto, dois drones israelenses foram interceptados, confirmaram os militares.

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