Mais de 270 mil sírios são deslocados pelos conflitos dos últimos 15 dias
Refugiados buscam as fronteiras com Israel e Jordânia, mas ambos os países não querem acolhê-los; Acnur alerta para nova catástrofe humanitária
Diante na nova escalada de confrontos no sudoeste da Síria nas últimas duas semanas, cerca de 270 mil moradores fugiram da região, segundo o escritório da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na Jordânia. Até a semana passada, eram 160 mil pessoas deslocadas pelos bombardeios pesados e à procura de abrigo nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, e nas áreas próximas da jordaniana.
“Nossa atualização mais recente mostra que a cifra de deslocados no sul da Síria ultrapassou 270 mil pessoas”, disse Mohammad Hawari, porta-voz da Acnur na Jordânia, para completar que esse total foi bem maior do que os 200 mil esperados inicialmente.
A Acnur alertou para a catástrofe humanitária causada pela nova ofensiva do Exército sírio, apoiada pela Rússia, para recapturar o Sul do país, ainda controlado pelos rebeldes. A ofensiva se arrasta por mais de duas semanas. Segundo a rede americana de televisão CNN, somente na última sexta-feira, 200 pessoas foram mortas durante uma ofensiva e outras 120 mil haviam fugido.
A Acnur estima que 6,2 milhões de sírios foram deslocados dentro do país desde o início do conflito, em 2011. Outros 6,3 milhões deixaram a Síria e solicitaram refúgio em outros países, sobretudo os vizinhos Líbano, Turquia e Jordânia. Desta vez, tanto a Jordânia, que recebeu 1,3 milhão de sírios deslocados desde o início da guerra, como Israel disseram que não abrirão suas fronteiras aos novos refugiados sírios.
Depois de uma reunião com autoridades das Nações Unidas, o ministro de Relações Exteriores jordaniano, Ayman Safadi, disse aos repórteres nesta segunda-feira (2) que novas remessas de ajuda estão à espera de autorizações para serem enviadas à Síria pela divisa de seu país. A capacidade de Amã gerir essa situação, segundo Safadi, teria chegado ao limite.