A Corte Penal do Cairo, no Egito, condenou 37 pessoas à morte por associação ao grupo terrorista Estado Islâmico. A sentença, ditada na segunda-feira 2, foi criticada por entidades internacionais de defesa dos direitos humanos, em especial a Anistia Internacional, que questionam a ética da adoção da pena capital.
“Não há dúvida de que eles foram condenados por crimes graves, incluindo ataques mortais. No entanto, a pena de morte nunca pode fazer justiça”, disse Philip Luther, diretor legal da Anistia Internacional no Oriente Médio e no Norte da África. “Menos ainda quando dezenas de réus dizem ter sido submetidos à tortura”, concluiu Luther.
Mais de 200 réus foram sentenciados na segunda-feira por crimes envolvendo mais de 50 atentados terroristas, entre eles a tentativa de assassinato do então ministro do Interior, Mohamed Ibrahim, em 2013. Segundo a Justiça egípcia, eles eram acusados de participar de um grupo terrorista afiliado do Estado Islâmico no país.
Considerado o militante islâmico mais procurado do Egito até sua captura no final de 2018, Hisham el-Ashmawi está entre os sentenciados à morte. As autoridades acusam el-Ashmawi de participar em grandes atentados, em especial contra forças de segurança na fronteira com a Líbia.
Além dos 37 condenados à morte, mais 61 foram sentenciados à prisão perpétua, e outros 85, à reclusão de até 15 anos. A defesa dos réus pode recorrer.