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Mais de 70 pessoas morreram em um único dia na Síria

Comboios de ajuda humanitária são obrigados a deixar a região por conta dos ataques entre rebeldes e as forças sírias

Por Da redação
6 mar 2018, 11h18

Ao menos 77 pessoas morreram nesta segunda-feira em Ghuta Ocidental, na Síria. Foram as 24 horas mais violentas desde que o cessar-fogo diário foi instaurado na região pela Rússia após a recomendação das Nações Unidas.

No domingo, outras 12 pessoas foram mortas, segundo os médicos que trabalham na área dominada por forças rebeldes. Desde que a ofensiva do regime de Bashar Assad na região começou, mais de 700 civis morreram.

Também nesta segunda, comboios de ajuda humanitária que entraram na região para evacuar feridos e distribuir medicamentos e suprimentos foram obrigados a interromper sua operação de entrega devido a bombardeios contra o enclave.

O comboio da ONU tinha capacidade para evacuar até 1.000 pessoas, porém conseguiu retirar apenas 13 feridos devido aos ataques.

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Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os bombardeios foram comandados pelas forças de Bashar Assad, que estão agora a dois quilômetros de Duma, principal cidade de Ghuta. “Tomaram novas terras agrícolas e continuam seu avanço pelo leste”, indicou a ONG.

O Exército russo, contudo, acusou os rebeldes pelos ataques que impediram a distribuição de ajuda humanitária. “Ontem, o Centro Russo de Reconciliação pôde organizar a entrada a Ghuta Oriental de um comboio humanitário da ONU com 247 toneladas de alimentos e produtos de primeira necessidade para a população civil. O comboio estava preparado para evacuar das zonas perigosas até 1.000 pessoas, mas na última hora da noite só pôde tirar 13”, disse o porta-voz, o general Igor Konashenkov.

“Dessas pessoas, cinco eram crianças”, acrescentou o representante militar em comunicado.

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Acordo

Para solucionar a questão, as Forças Armadas da Rússia ofereceram a rebeldes sírios uma passagem segura para deixar a região de Ghuta Oriental, delineando um acordo sob o qual a oposição entregaria seu último grande reduto perto de Damasco a Bashar Assad.

O Ministério de Defesa da Rússia disse que os rebeldes podem deixar a região –onde forças do governo apoiadas por Moscou estão avançando rapidamente através de ataques violentos– com suas famílias e armas pessoais por meio de um corredor seguro.

A proposta russa não especificou para onde os rebeldes iriam, mas os termos se assemelham a acordos anteriores, sob os quais os insurgentes cederam terreno a Assad e receberam passagem segura para outros territórios controlados pela oposição perto da fronteira com a Turquia.

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“O Centro de Reconciliação Russo garante a imunidade de todos os combatentes rebeldes que tomarem a decisão de deixar Ghuta Oriental com armas pessoais e junto com suas famílias”, disse o Ministério da Defesa, em comunicado.

A Síria é devastada por uma guerra civil desde 2011 que já deixou mais de 340.000 mortos. As forças do regime de Bashar Assad iniciaram em 18 de fevereiro uma intensa campanha aérea contra Ghuta Oriental, último reduto controlado pelos rebeldes perto da capital síria.

A ofensiva tem feito cada vez mais vítimas civis, apesar das constantes declarações do governo sírio garantindo que tem como alvo apenas terroristas e rebeldes. Grupos de monitoramento e ONGs de direitos humanos denunciam irregularidades nos ataques do Exército sírio desde o início da guerra.

(Com EFE, AFP e Reuters)

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