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Manifestações nos EUA: Biden diz que Trump ‘abana as chamas do ódio’

Candidato democrata à presidência fez duras críticas à postura do adversário diante dos protestos pela morte de George Floyd

Por Da Redação
2 jun 2020, 17h38

Joe Biden, o candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro, criticou nesta terça-feira, 2, o atual presidente e seu futuro adversário, Donald Trump, por sua resposta às manifestações antirracismo no país, iniciadas há sete dias, após a morte por asfixia de George Floyd, um homem negro cujo pescoço foi prensado contra o chão pelo joelho de um policial no estado de Minnesota.

Em discurso na prefeitura da Filadélfia, cidade onde foi decretado toque de recolher devido aos protestos, Biden acusou Trump de transformar os Estados Unidos em “um campo de batalha dividido por velhos ressentimentos e novos medos”. “É isso que nós queremos ser? É isso que queremos transmitir aos nossos filhos e netos? Medo, raiva, dedo apontando, ao invés da busca da felicidade? Incompetência e ansiedade, auto-absorção, egoísmo?”, discursou Biden, que foi vice-presidente na gestão de Barack Obama.

Biden disse ainda que Trump “abana as chamas do ódio”. “Não permitiremos que um presidente cale nossa voz. Não permitiremos que aqueles que veem no momento uma oportunidade para semear o caos joguem uma cortina de fumaça para nos desviar das questões legítimas no centro desses protestos.

A resposta de Trump veio rápido, via Twitter, a seu estilo. “Joe ‘Sonolento’ está na política há 40 anos e nada fez. Agora finge ter as respostas. Nem sabe as perguntas. Fraqueza jamais vencerá os anarquistas, saqueadores e bandidos, e Joe foi politicamente fraco durante toda sua vida. LEI E ORDEM!”, publicou o presidente

Crítico das manifestações antirracismo, Trump destacou nesta terça-feira episódios de vandalismo ocorridos durante algumas manifestações, e os rotulou como atos de terrorismo doméstico”. O presidente ainda afirmou que cogita acionar as Forças Armadas para conter os protestos.

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O presidente, antes, já havia ameaçado usar “cães cruéis” contra mobilizações nos arredores na Casa Branca e chamado os governadores de “fracos” por não conterem os protestos. Vinte e um municípios dos Estados Unidos decretaram toques de recolher, entre elas, além da Filadélfia, as cidades de Nova York, Chicago, e Minneapolis, onde Floyd foi morto.

Em referência à visita de Trump à Igreja Episcopal de São João, em Washington, e o decorrente uso de bombas de gás e cassetetes pelas autoridades para dispersar os manifestantes nas redondezas na segunda-feira 1º, Biden ainda disse que Trump “está mais interessado em poder do que princípio” e “serve às paixões” de sua base eleitoral às custas do resto do país.

O discurso de Biden nesta terça-feira marcou a primeira vez que ele deixou o seu estado natal, Delaware, desde meados de março, quando a pandemia da Covid-19 o forçou a interromper os comícios eleitorais.

Segundo o site de análise de estatística RealClearPolitics, Biden conta com seis pontos percentuais de vantagem no voto popular para as eleições federais de novembro sobre Trump, que será candidato à reeleição pelo Partido Republicano.

Com base na média de pesquisas realizadas entre 13 de maio e segunda-feira, o RealClearPolitics estima que o democrata tenha 48,6% das intenções de voto contra os 42,6% do republicano.

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No Colégio Eleitoral, o único sistema que determina a eleição presidencial nos Estados Unidos, o site de estatística afirma que 183 de 538 delegados que votam com base no resultado da eleição federal em seu respectivo estado — tendem a votar em Biden.

Em comparação, apenas 125 delegados tendem a votar em Trump, e os restantes 230 são classificados como “incertos”. Para se eleger presidente dos Estados Unidos, é preciso o voto de pelo menos 270 delegados.

(Com Reuters)

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