Manifestantes pedem justiça após incêndio em Londres
Dezenas de pessoas invadiram a Câmara municipal pedindo ajuda aos sobreviventes; May prometeu 5 milhões de libras para pagar provisões de emergência
Dezenas de manifestantes invadiram Câmara municipal de Kensington e Chelsea, no oeste de Londres, nesta sexta-feira, para protestar por ajuda às vítimas do incêndio que ocorreu na última quarta-feira na Torre Grenfell, em que morreram 30 pessoas. Os manifestantes entraram no prédio gritando “queremos justiça”, alguns distribuíram folhetos, enquanto outros utilizavam camisetas com imagens de pessoas desaparecidas.
A primeira-ministra da Inglaterra, Theresa May, enfrentou duras críticas da população local, por não ter visitado os sobreviventes da tragédia na quarta-feira à noite, quando se limitou a fazer um pronunciamento no qual prometeu uma investigação completa sobre o incêndio.
Nesta sexta-feira, após a repercussão negativa, a premiê visitou as vítimas no hospital e prometeu um fundo de 5 milhões de libras (cerca de 21 milhões de reais) para pagar provisões de emergência, comida, roupas e outros custos.
A primeira-ministra também enfrenta pressões do governo e da população para fornecer explicações sobre o ocorrido. Moradores e vizinhos alegam que a Câmara municipal ignorou durante anos pedidos para que medidas de segurança fossem aplicados ao edifício de 120 apartamentos.
Segundo informações do jornal The Guardian, em 2016 a torre, construída em 1974, foi reformada com um revestimento exterior que era a opção mais barata e “inflamável”. Entretanto, a empresa de construção Rydon, contratada pela Câmara municipal para realizar as obras do edifício de propriedade municipal, assegurou que o revestimento cumpria todos os “padrões de segurança”.
Em declarações à BBC por telefone, o vereador trabalhista Robert Atkinson assegurou entender a indignação das pessoas e instou a administração conservadora a “enfrentar a situação” e proporcionar moradia alternativa às famílias atingidas.
Segundo comunicado lido durante o protesto, a Câmara municipal se compromete “por escrito” a realojar as vítimas dentro do distrito; a destinar fundos para cobrir as perdas e os subsídios sociais e a encomendar uma investigação sobre as recentes obras de reforma do edifício, avaliadas em 11,4 milhões de euros (cerca de 42 milhões de reais).
(Com agência EFE)