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Manifestantes protestam em frente à escola de aluno baleado em Hong Kong

Tsang Chi-kin, de 18 anos, foi baleado durante os protestos que ocorreram no mesmo dia em que Pequim comemorava o aniversário da Revolução Comunista

Por Da Redação
Atualizado em 2 out 2019, 16h38 - Publicado em 2 out 2019, 16h19

Centenas de manifestantes se reuniram em Hong Kong nesta quarta-feira, 2, em frente à escola do jovem de 18 anos baleado no dia anterior durante os protestos contra o governo de Pequim. Tsang Chi-kin, de 18 anos, foi ferido nas manifestações que marcaram as comemorações do 70° aniversário de fundação da República Popular da China.

Tsang foi baleado no bairro Tsuen Wan, a cerca de 10 km do centro da cidade, por um policial que disparou contra seu peito. Ele está internado e seu estado de saúde é estável, segundo um comunicado do governo.

Durante os protestos desta terça-feira, 1, as autoridades de Hong Kong prenderam 269 manifestantes. Além de Tsang, outras 100 pessoas ficaram feridas e tiveram que ser levadas ao hospital.

A confusão, segundo as autoridades, começou depois que os policiais foram atacados por pessoas que se utilizaram de coquetéis molotov, pedaços de madeira e guarda-chuvas. Devido ao caos, a polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo, muitas delas atiradas para o alto, e canhões de água.

Hoje, centenas de estudantes da Faculdade Memorial Tsuen Wan Public Ho Chuen Yiu, onde Tsang estuda, organizaram um protesto na porta da escola para condenar o incidente. Os manifestantes, alguns com máscaras de gás, levaram as mãos ao peito em sinal de protesto e exibiram uma grande faixa acusando a polícia de tentar matar o jovem.

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Segundo Stephen Lo, chefe da polícia de Hong Kong, o policial que disparou contra o jovem de 18 anos atirou porque temia por sua vida e “em um período muito curto de tempo, ele tomou a decisão”. Os manifestantes, porém, contestam a versão e dizem que a polícia foi a primeira a atacar.

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, é possível ver o jovem caído no chão, com sangue no peito. “Dói o peito, me levem a um hospital. Preciso ir ao hospital”, pede.

Aniversário ofuscado

Hong Kong protests China on 70th anniversary of its founding
Manifestante em Hong Kong se prepara para lançar um coquetel molotov contra as forças de segurança – 02/10/2019 (Miguel Candela/Getty Images)
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O primeiro dia de outubro marca o aniversário da Revolução Comunista e o nascimento da República Popular da China. Entretanto, a comemoração foi ofuscada pelo mais violento protesto em Hong Kong desde junho, quando começaram as manifestações que configuram a maior crise da história do território sob domínio chinês.

A data, batizada pelos manifestantes de Hong Kong de “dia de luto nacional”, também ficou marcada como o primeiro dia em que um deles foi ferido por arma de fogo de um policial.

No imenso desfile militar organizado pelo governo chinês em Pequim, o presidente Xi Jinping defendeu ontem, em discurso mais breve do que o esperado, um progresso chinês amparado no pacifismo e na reunificação total do país (incluindo as “províncias rebeldes” de Taiwan, Macau e Hong Kong). No entanto, ele disse que as Forças Armadas devem defender a soberania chinesa.

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Mobilizados desde junho, os manifestantes de Hong Kong alegam que a China viola o princípio “um país, dois sistemas”, estabelecido no momento em que o Reino Unido devolveu o território para os chineses, em 1997. Em 9 junho, manifestações pró-democracia começaram após a apresentação de um projeto de lei que previa a extradição de cidadãos de Hong Kong para julgamento pela justiça chinesa.

Aos poucos, a pauta de reivindicações se ampliou, incluindo a resistência contra a crescente influência da China no território semiautônomo e a dura oposição contra o governo local, que é acusado de se submeter aos interesses de Pequim. As ações se transformaram em um movimento que busca ampliar as garantias democráticas e marcar uma oposição ao autoritarismo da China.

No início de setembro, a chefe do Executivo local, Carrie Lam, anunciou a retirada completa do projeto de extradição, que já tinha sido suspenso no início de junho, em uma tentativa de conter os protestos. O anúncio, porém, não foi suficiente e a crise se tornou a mais grave desde que Hong Kong foi devolvido pelo Reino Unido à China.

(Com Estadão Conteúdo e AFP)

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