Manifestantes queimam prédio do Tribunal de Justiça na Venezuela
Jovens encapuzados entraram em confronto com funcionários do local e atiraram pedras e coquetéis molotov, provocando um incêndio na fachada
Manifestantes incendiaram nesta segunda-feira um prédio do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), durante violentos distúrbios em Caracas, em mais um dia de protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Segundo o jornal local El Nacional, grupos de jovens encapuzados entraram em confronto com funcionários do local e atiraram pedras e coquetéis molotov, provocando um incêndio na fachada.
Três pessoas teriam ficado feridas por tiros disparados contra os manifestantes de dentro do edifício, informou o jornal. Em meio à ação dos bombeiros para apagar o fogo, a Guarda Nacional Bolivariana utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o protesto. Desde o início de abril, a dura repressão de Maduro já deixou 66 mortos e mais de mil feridos.
O prédio incendiado abriga a sede da Direção Executiva da Magistratura (DEM), um órgão auxiliar do TSJ, que anunciou nesta segunda-feira que mudará a instituição de local por considerar Chacao, a região em que fica o prédio e que tem sido local de frequentes protestos, “um território sem lei”.
Reforma na Constituição
O STJ rejeitou nesta segunda o pedido da procuradora-geral do país para frear o processo de reforma da Constituição defendido pelo presidente Nicolás Maduro. “Por inepta acumulação de reivindicações, o Tribunal Supremo de Justiça declara inadmissível o recurso de Luisa Ortega Díaz”, informou a corte em seu perfil no Twitter.
Na quinta-feira, Luisa havia solicitado a anulação da Assembleia Constituinte defendida pelo governo de Maduro, uma iniciativa fortemente criticada pela oposição no país e que desencadeou a onda atual de protestos.
Na ocasião, a procuradora-geral expressou que o futuro da democracia do país estava em jogo. “É o povo soberanos que tem a prerrogativa de convocar uma constituinte”, afirmou Luisa, para quem o processo promovido por Maduro viola os direitos humanos.
(com AFP)