Protestos marcam o aniversário de 22 anos da dominação chinesa na região; expectativa é de adesão recorde aos atos
Por Da Redação
Atualizado em 1 jul 2019, 13h58 - Publicado em 1 jul 2019, 09h56
Centenas de manifestantes pró-democracia de Hong Kong invadiram o prédio do Poder Legislativo de Hong Kong nesta segunda-feira, 1º, no aniversário de 22 anos da transferência da soberania do território à China.
Milhares de adeptos do movimento pró-democracia se reúnem nas ruas para a marcha anual pela independência, bloqueando parte das principais vias da cidade desde a manhã. Um destes grupos, que manifestava em frente ao Conselho Legislativo, usou um carrinho de supermercado contra o painel de vidro da entrada do prédio, conseguindo quebrar parcialmente a proteção.
A polícia utilizou bombas de gás e spray de pimenta para afastar o grupo e realizou um cerco no local danificado. Mas após horas de ataques, uma das portas de metal do prédio cedeu, abrindo espaço para que muitos dos manifestantes invadissem o local.
JUST IN: Hong Kong protesters flood into legislature building in latest siege of offices pic.twitter.com/1AMba8vHzI
O ato marcou o início das manifestações desta segunda-feira a favor das liberdades administrativas prometidas em 1997, quando o Reino Unido entregou o território ao governo chinês.
Já era esperada uma manifestação maior do que o usual para a data por causa dos protestos contra a mudança de leis de extradição na região. O projeto permitiria o envio de suspeitos procurados para a China continental, Macau e Taiwan, com as quais o governo de Hong Kong ainda não tem acordos sobre o tema.
A norma permitiria, inclusive, a extradição de fugitivos do regime chinês à Pequim. Os críticos do texto consideram que o projeto, criado por autoridades de Hong Kong alinhadas com Pequim, deixaria a população à mercê de um sistema judicial chinês politizado.
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O Executivo da região semiautônoma, por sua vez, defendia que a lei preencheria uma brecha jurídica necessária, citando o caso de um cidadão de Hong Kong acusado de assassinato em Taiwan.
Os protestos contra o projeto tomaram a região. De acordo com os manifestantes, o documento feria liberdades e direitos garantidos por Hong Kong há mais de 50 anos.
A mudança nas leis de extradição foi suspensa, mas os manifestantes continuam exigindo que ele seja formalmente retirado de pauta, demandando também a renúncia da chefe do Executivo, Carrie Lam, que participou de uma cerimônia em outro ponto da cidade nesta segunda.
(Com Estadão Contéudo)
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