May promete renunciar após quarta votação de seu acordo sobre o Brexit
Pacto será votado na primeira semana de junho; primeira-ministra já havia prometido deixar o cargo
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, decidiu renunciar depois de submeter a votação, pela quarta vez, seu acordo para o Brexit. O plenário votará na primeira semana de junho. A data precisa de sua saída ainda não foi anunciada.
De acordo com Graham Brady, chefe do comitê 1922 do Partido Conservador e responsável por organizar a escolha do novo premiê, May está focada em aprovar seu plano de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
Ambos concordaram, contudo, em se reunir após a votação “para acordar um calendário para a eleição de um novo líder do Partido Conservador”, independentemente do resultado da votação do acordo. A primeira-ministra já sofreu três derrotas em tentativas anteriores.
May se reuniu nesta quinta-feira, 16, com parlamentares da sua legenda. Durante o encontro, foi pressionada a estabelecer a data em que pretende renunciar como presidente do Partido Conservador. Se a premiê vier, de fato, a renunciar, seu partido deverá realizar uma votação interna para escolher um novo presidente. Como os conservadores tem maioria no Parlamento, o ganhador assumirá o cargo de primeiro-ministro.
May já tinha anunciado sua intenção de deixar o cargo antes do final do mandato, mas afirmou que só o faria depois de concluir o processo do Brexit. Ontem, o governo britânico anunciou que o acordo deve ser levado ao plenário da Câmara dos Comuns na semana que começa em dia 3 de junho.
Boris Johnson
Após o anúncio sobre a nova votação do acordo de May, Boris Johnson, o rosto da campanha a favor do Brexit, anunciou que se candidatará como substituto da primeira-ministra. “Certamente, vou buscar isso”, disse o político de 54 anos, que também foi prefeito de Londres, durante um encontro com empresários na cidade inglesa de Manchester nesta quinta-feira.
Johnson liderou a campanha em favor da ruptura com a União Europeia antes do referendo de junho de 2016. Defendeu em diversas ocasiões que um Brexit sem acordo cumpriria a vontade expressada pelos eleitores naquela consulta.
Mesmo assim, Johnson votou em março na Câmara dos Comuns a favor de ratificar o pacto que May selou com a União Europeia, um texto que conta com a rejeição da ala mais eurocética dos conservadores.