May reafirma que Reino Unido deixará união aduaneira europeia
Premiê negou que seu governo pedirá para continuar no bloco após o Brexit e explicou que objetivo do Reino Unido é ter sua própria política comercial
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse nesta quinta-feira (17) que o país deixará a união aduaneira da União Europeia (UE) depois de sua desfiliação do bloco. Informações de bastidores, entretanto, dão conta que Londres cogita aplicar as mesmas tarifas externas da UE durante algum tempo depois de dezembro de 2020.
Indagada sobre reportagens segundo as quais seu governo pedirá para continuar na zona aduaneira da UE depois do fim de um período de transição pós-Brexit em 2020, May negou estar “recuando” dos planos de saída.
“O Reino Unido deixará a união aduaneira, assim como estamos deixando a União Europeia. É claro que negociaremos futuros acordos aduaneiros com a União Europeia, e estabeleci três objetivos”, disse May a repórteres nos bastidores de uma cúpula preparatória da UE na capital búlgara, Sófia.
Os objetivos, explicou, são que seu país tenha sua própria política comercial com o resto do mundo, tenha um comércio sem atrito com a UE e que não exista uma “fronteira dura” com a Irlanda, país-membro do bloco.
Mas uma fonte a par das discussões em Londres disse que alinhar o Reino Unido às tarifas de importação da UE por um longo período pode ser parte de um acordo de salvaguarda no caso de um atraso na implantação de qualquer acordo do Brexit.
Sob condição de anonimato, essa fonte disse que o governo tenta encontrar uma forma de tornar o acordo de salvaguarda com a UE mais aceitável para o Reino Unido em vez de buscar uma prorrogação do período de transição.
May vem lutando para unir seu governo em relação aos termos da separação britânica do bloco e um desentendimento sobre aos futuros arranjos aduaneiros está dividindo seu gabinete.
Líderes da UE reunidos em Sófia, capital da Bulgária, nesta quinta-feira estavam em “modo de escuta” e esperando garantias da premiê. Os dois lados pretendem obter mais um avanço nas negociações na reunião formal da cúpula, em junho.
A negociação é necessária para selar um acordo de separação definitivo em outubro, dando à UE tempo suficiente para ratificá-lo até o dia oficial do Brexit, em março de 2019. Caso contrário, o Reino Unido corre o risco de simplesmente se desligar do bloco, uma situação que pode prejudicar a economia e afetar o dia a dia dos cidadãos comuns.
(Com Reuters)