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Melania Trump defende que aborto é direito ‘fundamental’ em novo livro

Livro intitulado 'Melania' será lançado na próxima terça-feira, 8 de outubro, nos Estados Unidos

Por Paula Freitas Atualizado em 2 out 2024, 19h03 - Publicado em 2 out 2024, 18h14

A ex-primeira-dama dos Estados Unidos Melania Trump ergueu uma bandeira inesperada no seu novo livro de memórias homônimo: a defesa dos direitos reprodutivos das mulheres, incluindo o acesso ao aborto.

Trata-se de uma visão muito diferente a levantada pelo ex-presidente Donald Trump, seu marido. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 2, pelo jornal britânico The Guardian, que obteve uma cópia da obra.

“É fundamental garantir que as mulheres tenham autonomia para decidir sua preferência de ter filhos, com base em suas próprias convicções, livres de qualquer intervenção ou pressão do governo”, escreveu Melania, segundo trecho obtido pelo The Guardian.

“Por que alguém além da própria mulher deveria ter o poder de determinar o que ela faz com seu próprio corpo? O direito fundamental da mulher à liberdade individual, à sua própria vida, lhe garante a autoridade para interromper sua gravidez se ela desejar”, acrescenta ela.

No livro, que será publicado na próxima terça-feira nos EUA, menos de um mês antes das eleições presidenciais, Melania argumenta que “restringir o direito de uma mulher de escolher se quer interromper uma gravidez indesejada é o mesmo que negar a ela o controle sobre seu próprio corpo”, acrescentando: “Eu carreguei essa crença comigo durante toda a minha vida adulta”.

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Desentendimentos com Trump

Ela também admite que “desentendimentos políticos ocasionais” fazem parte do seu casamento com Trump, em temas como aborto e imigração — o republicano é conhecido por um discurso duro no assunto, enquanto Melania é filha de imigrantes eslovenos. A ex-primeira-dama aproveita para explicar que preferia tratar sobre as discordâncias “em particular em vez de desafiá-lo (Trump) publicamente”.

Em 2022, três juízes empossados ​​durante o mandato de Trump votaram para anular Roe v Wade, a decisão que protegia os direitos federais ao aborto desde 1973. De lá para cá, estados governados por republicanos instauraram proibições radicais ao procedimento.

Ainda sobre aborto, Melania diz que a sua crença em defender o acesso ao procedimento parte de “um conjunto central de princípios”, norteados pela “liberdade individual”, em que não há “espaço para negociação”. Ela aponta, ainda, que existem “motivos legítimos para uma mulher escolher fazer um aborto”, como o risco de vida da mãe, estupro, incesto e “um defeito congênito de nascença, além de condições médicas graves”.

“É importante notar que, historicamente, a maioria dos abortos realizados durante os últimos estágios da gravidez foram o resultado de anormalidades fetais graves que provavelmente teriam levado à morte ou natimorto da criança. Talvez até mesmo à morte da mãe”, frisa Melania no texto.

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“Esses casos eram extremamente raros e geralmente ocorriam após várias consultas entre a mulher e seu médico. Como uma comunidade, devemos adotar esses padrões de senso comum. Novamente, o momento certo (de interromper a gravidez) importa”, conclui.

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‘Meu corpo, minhas regras’

Além disso, a ex-modelo destaca que “quando confrontadas com uma gravidez inesperada, as mulheres jovens frequentemente experimentam sentimentos de isolamento e estresse significativo”, mas pondera que é a favor da exigência de que os jovens obtenham o consentimento dos pais antes de se submeterem a um aborto”.

“Percebo que isso nem sempre é possível. Nossa próxima geração deve receber conhecimento, segurança, proteção e consolo, e o estigma cultural associado ao aborto deve ser eliminado”, contrapõe.

Por fim, ela também trata sobre um slogan frequentemente usado em movimentos feministas e demonstra solidariedade a mulheres que lutam pelos direitos reprodutivos.

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“O slogan ‘Meu Corpo, Minha Escolha’ é tipicamente associado a mulheres ativistas e àquelas que se alinham com o lado pró-escolha do debate”, aponta. “Mas se você realmente pensar sobre isso, ‘Meu Corpo, Minha Escolha’ se aplica a ambos os lados – o direito da mulher de tomar uma decisão independente envolvendo seu próprio corpo, incluindo o direito de escolher a vida. Liberdade pessoal.”

 

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