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Menores imigrantes foram agredidos, trancafiados e drogados em centros

Casos aconteceram por anos, antes do início da administração do presidente Donald Trump

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h13 - Publicado em 6 ago 2018, 20h56
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  • Centros de detenção de menores imigrantes nos Estados Unidos estão sendo investigados por maus-tratos. Dois abrigos, nos Estados de Virgínia e do Texas, foram acusados de prender crianças em cadeiras e agredi-las, trancá-las nuas em celas de confinamento solitário e drogá-las sem o consentimento dos pais.

    Segundo a imprensa americana, os casos aconteceram por anos, antes do início do governo do presidente Donald Trump. Diversos processos que correm na Justiça foram abertos pelas famílias e por grupos que apoiam os imigrantes contra esses centros.

    As denúncias em relação ao Centro Juvenil Shenandoah Valley em Staunton, na Virgínia, foram divulgadas publicamente pela imprensa no início de junho.

    Segundo as acusações, imigrantes de 14 a 17 anos relataram terem sido castigados por mau comportamento. Foram amarrados a cadeiras e tiveram a cabeça coberta por sacos. Alguns também foram presos em celas de confinamento solitário por longos períodos ou deixados nus, no frio, em suas celas.

    Há também acusações de que os guardas do centro agrediam os menores. Alguns imigrantes alegam que tiveram ossos quebrados ou que ficaram com o corpo coberto de hematomas.

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    Muitas das crianças foram enviadas a esse centro na Virgínia depois de serem acusadas pelas autoridades imigratórias americanas de pertencer a gangues violentas, incluindo a MS-13, formada principalmente por salvadorenhos.

    No Texas, o Centro de Tratamento Residencial de Shiloh, em Houston, é acusado de administrar psicotrópicos nas crianças, sem o consentimento dos pais. Além disso, negavam água aos menores, como punição, e proibiam que eles fizessem ligações telefônicas para seus familiares.

    Os responsáveis pelo centro chegaram a justificar o uso dos medicamentos, afirmando que as crianças exibiam “sintomas psiquiátricos intensos” e que os remédios só eram administrados em casos de emergências.

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    Os menores, contudo, eram medicados duas vezes ao dia rotineiramente, segundo o juiz Dolly Gee, que cuida do caso. Para algumas crianças, os funcionários do centro afirmavam que os remédios eram vitaminas.

    O centro de Shiloh abriga atualmente 44 menores, a maioria imigrante. A situação no local estava tão preocupante que o juiz Dolly Gee teve que emitir uma ordem judicial exigindo que as crianças tivessem livre acesso a água e pudessem fazer ligações.

    O caso dos menores imigrantes presos em centros americanos ganhou destaque nos últimos meses após a adoção de uma política de “tolerância zero” pelo governo Trump na fronteira com o México. Mais de 2.000 menores foram separados de seus pais, julgados criminalmente por entrarem ilegalmente no país, desde o início de maio deste ano.

    Após diversas decisões judiciais e pressões políticas, inclusive do Partido Republicano, o presidente Trump suspendeu essa política. A maioria das crianças foi reunida com suas famílias.

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