Mentira no CV leva funcionário da Casa Branca a perder o cargo
Jovem de 24 anos foi promovido a subchefe de escritório que formula políticas antidrogas na Casa Branca de Trump; mentira no currículo ajudou rapaz
Um jovem de apenas 24 anos que trabalhou na campanha de Donald Trump e em menos de um ano subiu ao cargo de subchefia do Escritório de Política Nacional para o Controle de Drogas (EPNCD) da Casa Branca terá que deixar seu posto até o fim do mês, pois mentiu em seu currículo.
Segundo noticiado pelo jornal americano The Washington Post, Taylor Weyeneth obteve um cargo sênior na Casa Branca sem ter praticamente nenhuma experiência de trabalho anterior porque mentiu em seu currículo.
O jovem se formou pela St. John’s University em maio de 2016 e cerca de um ano depois — em julho de 2017 — foi nomeado ao posto de subchefe do EPNCD quando ainda tinha 23 anos, tendo como única experiência profissional depois de formado, um trabalho temporário na campanha de Trump.
Weyeneth originalmente assumiu o posto de conselheiro na Casa Branca em março do ano passado, mas, por causa da saída de outros funcionários e da falta de candidatos à vaga, foi promovido menos de quatro meses depois ao posto sênior.
O jornal americano apurou que Weyeneth havia submetido três versões de seu currículo para possíveis empregos no governo federal dos Estados Unidos, mas com datas de trabalhos e estudos diferentes em cada uma das versões. Entre os empregos anteriores que Weyeneth havia listado estava um escritório de advocacia de Nova York, que informou que, na realidade, o jovem tinha sido demitido por justa causa pois não comparecia ao trabalho.
Outra mentira detectada no currículo do rapaz foi um suposto mestrado pela Fordham University. O dado constava das três versões do currículo de Weyeneth, mas a universidade informou que, apesar de o jovem estar matriculado em um mestrado da instituição, ele havia abandonado o curso sem o ter terminado e sem obter o grau de mestre.
O EPCD informou que, embora demovido do cargo de subchefe, Weyeneth seguiria como funcionário na posição que ocupava antes de ser promovido.
De acordo com especialistas em recursos humanos do Brasil ouvidos pela reportagem, um caso assim costuma ser raro em grandes empresas, que realizam boas pesquisas de referências antes da contratação.
Segundo os especialistas ouvidos, nos raros casos em que uma contratação assim ocorre, a mentira costuma ser identificada logo nos primeiros meses de trabalho, através de contatos anteriores do funcionário mentiroso, que acabam trazendo a verdade à tona. Nesses casos, quando não é demitido, geralmente o próprio funcionário pede demissão por saber que foi descoberto.