A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o líder social-democrata, Martin Schulz, confirmaram nesta sexta-feira que alcançaram um acordo para uma futura grande coalizão, após cinco dias de conversas e uma rodada final de negociação de mais de 24 horas de duração.
A aliança de Merkel e o SPD divulgaram um documento de 28 páginas detalhando compromissos fechados numa série de questões, incluindo nas áreas tributária e de saúde, e também sobre imigração.
O pré-acordo alcançado é, segundo a chanceler, um texto “não superficial, baseado na ideia de dar e receber” que reflete o compromisso das partes de trabalhar para criar as condições para que “dentro de 10 e de 15 anos se siga vivendo bem na Alemanha”. Nesse sentido, falou dos investimentos em âmbitos como a digitalização, a educação e a segurança.
O porta-voz do SPD, Serkan Agci, disse a repórteres em frente à sede do partido, onde ocorreram as discussões, que houve um “significante avanço” no diálogo. O documento ainda precisa ser aprovado por membros do SPD em um congresso marcado para 21 de janeiro.
Entre outras coisas, os líderes do SPD terão de convencer correligionários sobre a necessidade de discutir a formação de uma coalizão durante a conferência do partido, onde certamente enfrentarão resistência. Depois disso, as partes envolvidas terão de fechar um acordo de coalizão definitivo, que será submetido à aprovação dos integrantes do SPD.
De qualquer forma, sem o acordo preliminar de hoje, as únicas opções de Merkel seriam formar um governo minoritário ou convocar novas eleições. Na eleição de 24 de setembro do ano passado, o grupo de Merkel foi vitorioso, mas não obteve maioria absoluta no Parlamento alemão.
O acordo
Um esboço de acordo 28 páginas promete cooperação próxima com a França para fortalecer a zona do euro. O esboço também contém uma promessa, aparentemente mirando a Arábia Saudita, grande compradora de armas alemãs, de não exportar armas para países envolvidos na guerra no Iêmen.
Em matéria de imigração, principal tema de discórdia entre os partidos, o pré-acordo prevê a limitação da chegada de refugiados a 200.000 por ano. Essa cifra inclui os refugiados que fogem da guerra e o reagrupamento familiar.
O reagrupamento familiar, atualmente suspenso, será reativado a pedido do SPD, mas não deve superar a marca de 1.000 refugiados entrando no país por mês.
(Com Reuters, Estadão Conteúdo e EFE)