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Merkel ‘explicou’ Convenção de Genebra a Trump por telefone

Veto imposto à entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos EUA provocou onda de preocupação e condenação de líderes políticos

Por Da redação
29 jan 2017, 18h37

Um porta-voz de Angela Merkel disse que a chanceler alemã lamentou a ordem do presidente americano Donald Trump de proibir cidadãos de certos países de entrarem nos Estados Unidos, acrescentando que ela havia “explicado” as obrigações da Convenção de Genebra ao novo presidente em um telefonema neste sábado.

“A Convenção de Genebra sobre refugiados exige que a comunidade internacional tome refugiados de guerra por motivos humanitários. Todos os estados signatários são obrigados a fazer. O governo alemão explicou essa política em seu chamado ontem”, disse o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, em comunicado.

“A chanceler lamenta a proibição de entrada do governo dos EUA contra os refugiados e os cidadãos de certos países. Ela está convencida de que a necessária e decisiva batalha contra o terrorismo não justifica uma suspeita geral contra pessoas de certa origem ou de certa religião.”

De acordo com o jornal britânico The Guardian, Seibert afirmou ainda que o governo alemão examinará quais consequências a proibição terá para os cidadãos alemães de dupla cidadania. Se necessário, completou, o governo vai “representar seus interesses diante de nossos parceiros americanos”.

Um resumo do telefonema entre Merkel e Trump, divulgado conjuntamente à imprensa no sábado, não mencionou a proibição de viajar, enfatizando apenas o “significado fundamental” da OTAN e a intenção de “aprofundar ainda mais as excelentes relações bilaterais nos próximos anos”.

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O presidente francês, François Hollande, disse no sábado que “quando [Trump] rejeita a chegada de refugiados, enquanto a Europa cumpriu seu dever, devemos responder a ele”. O líder francês disse que, num mundo instável e incerto, defender os princípios democráticos exige o cumprimento dos “princípios sobre os quais ele se funda, em particular a aceitação dos refugiados”.

Pelo Twitter, o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, disse que seu país está comprometido com os valores que unem a Europa: “A sociedade aberta, a identidade plural, nenhuma discriminação”.

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Já Matteo Salvini, líder do partido anti-imigrante da Liga do Norte da Itália, demonstrou admiração pela medida do presidente americano. “O que Trump está fazendo do outro lado do oceano, eu gostaria que fosse feito aqui também”, disse Salvini. Referindo-se às centenas de milhares de requerentes de asilo e migrantes econômicos trazidos para a Itália nos últimos anos depois de serem resgatados no Mediterrâneo, Salvini disse que havia “uma invasão em curso que precisa ser bloqueada”.

O ministro de Relações Exteriores da Irlanda, Charlie Flanagan, disse que, embora a política de imigração dos EUA seja uma questão para o governo americano, “é claro que as decisões mais recentes poderiam ter implicações de longo alcance”.

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O ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Sarif, disse que a decisão de Trump será registrada na história como “um grande presente para os extremistas e seus apoiadores”.

Margot Wallström, ministra sueca das relações exteriores, disse estar “profundamente preocupada” com uma decisão que “cria desconfiança entre as pessoas”.

(Da redação)

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