O México posicionou 15.000 soldados e policiais em sua fronteira norte para cumprir com o compromisso assumido com o governo dos Estados Unidos de frear a migração. Houve detenções, informou nesta segunda-feira, 24, o secretário de Defesa Nacional, Luis Cresentio Sandoval.
“Temos uma mobilização total da Guarda Nacional e das unidades do Exército, de quase 15 mil homens, no norte do país”, afirmou o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, durante sua habitual entrevista matutina à imprensa.
Indagado se, além de interceptar migrantes durante sua jornada pelo território mexicano, o Exército e a Guarda Nacional – formada por policiais militares, navais e federais – também iriam prendê-los quando tentassem atravessar a fronteira com os Estados Unidos, López Obrador respondeu positivamente.
Por outro lado, segundo ele, na fronteira sul do México com a América Central, há cerca de 6.500 agentes à paisana para impedir a passagem de milhares de migrantes, principalmente vindos da Guatemala, Honduras e El Salvador. Esses refugiados tentam ingressar nos Estados Unidos em desesperada fuga da violência, pobreza e falta de oportunidades em seus países
Acordo com os EUA
No final de maio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas sobre os produtos importados do México se López Obrador não restringisse o fluxo de imigrantes sem documentos. As tarifas, inicialmente de 5%, subiriam gradualmente até 25%, até outubro.
Em 7 de junho, os dois países chegaram a um acordo para suspender a ameaça americana. Entretanto, os Estados Unidos concederam ao México prazo de 45 dias para tomar medidas e, depois, de mais 45 dias para avaliar seus resultados.
Barrar a imigração irregular nos Estados Unidos é uma promessa de campanha de Donald Trump que, desde sua eleição, vem tentando cumpri-la, apesar das dificuldades para aprovar medidas anti-migratórias no Congresso. Trump encontrou na ameaça de guerra comercial a forma de impor sua posição a outros países, principalmente no caso de nações que têm nos Estados Unidos seu principal mercado, como o México.
(Com AFP)